a million parachutes

for us

29 abril 2003



:: amiga

amiga, é isso que dói: a alma.
a gente imagina mil pilulas coloridas que possam compensar,
mas nunca é suficiente; nunca basta para cessar completamente essa dorzinha.
a gente inventa música e letra para querer representar
mas sempre faltam detalhes
aí a gente monta cd's e antologias
pensando que representará plenamente a dor.
mas no fundo é só uma colcha de retalhos.

amiga, é a alma que vai doendo diferente
por dia e tem dias que a gente esquece
pq a dor dá tréguas mas não perdão.

e vamos esquecendo,
inventamos os vários tipos de analgésicos
e suportarmos mesmo sem eles
porque antes de tudo podemos aliviar a de outros.

:: ao som de chelsea morning

ela me olha com curiosidade, digo:

- o que eu acho é que tudo existe na sua contradição. você só percebe a tristeza qdo vc sabe o q é a alegria. vc só vai perceber que está inerte quando descobrir o movimento. é claro que os movimentos dependem do referencial. me dê um ponto que movo o mundo, já diziam. acho que mais que nossos objetivos, nossos referenciais são as coisas que nos importam. quais as coisas que te importam?

ela continua com a mesma cara, como se não tivesse prestado atenção. diz:

-- vc quer me dar um beijo?
:: hoje estou yellow pra você

look at the stars, look how they shine for you
and everything you do; they were all Yellow

i came along; i wrote a song for you
and all the things that you do; and it was called yellow

so then i took my turn; oh what a thing to have done
and it was all yellow

your skin 'oh yeah your skin and bones
turn into something beautiful
you know you know i love you so
you know i love you so

i swam across; i jumped across for you
oh what a thing to do 'cause you were all yellow

i drew a line'; i drew a line for you
oh what a thing to do; snd it was all yellow

your skin oh yeah your skin and bones
yurn into something beautiful
and you know
for you i'd bleed myself dry
for you i'd bleed myself dry

it's true
look how they shine for you
look how they shine for you
look how they shine for
look how they shine for you
look how they shine for you
look how they shine

look at the stars
look how they shine for you
and all the things that you do.

28 abril 2003

:: matrix reload

galera, dia 20 de junho de 2003 estreará nos cinemas brasileiros o longa-metragem matrix reload.

1. é o filme que mais esperado por mim este ano. trinity é foda. e tem uns cem agentes smiths dando porrado no neo. =)
2. é o meu aniversário.

convido a todos a assisterem comigo a este filmaço!!! vendido ao blockbuster americando? sou e daí?

follow the white rabbit...

p.s. sessão dvd matrix alguns dias antes? sim, por que não?
:: i.deas & jazz

hoje li dois textos mto bons que me animaram para o dia, apesar de estar totalmente detonado. um é do fudge e está em seu blog all that jazz . chama-se "minhas conversas com você são solilóquios".

o segundo é da andrea e começa com "com licença, posso ser você por alguns instante?..." é o post de 27 de abril do seu blog. uma doidera doce.

recomendo ambos.

27 abril 2003

:: taiko



taiko são os tradicionais tambores japoneses. no taiko como em qualquer arte japonesa existe disciplina aliada a movimentos belos. mas o taiko ao contrário dos teatros tradicionais ou cerimônia do chá é extremamente alegre. normalmente, tocam em festas populares.

hoje teve uma apresentação na frente da minha casa por causa da inauguração de uma pracinha. a comunidade japonesa aqui no meu bairro é bem grande e muitas vezes participativa. os escoteiros também estão presentes. tudo isso para dizer que me senti um pouco em casa hoje. vivo sempre esse dilema de não parecer brasileiro, mas hoje as pessoas, de todo tipo, foram assisitir. os "brasileiros" são os que mais aplaudiram, surpresos de saberem que esse tipo de banda existe no bairro.

senti hoje uma forte coisa de comunidade, de coisa próxima. deveria ter registrado isso de alguma forma. e se essa força pudesse se manifestar mais vezes e de outras formas? sempre fui interessado em coisas bairro, ainda mais agora depois do tcc da priscila. vou começar a acreditar mais no bairro, na cidade. acreditar em festas e não em baladas.

a casa pode ser um som.

26 abril 2003

:: luta inútil

em quantas lutas inúteis você entra pelo simples fato de não querer estar do outro lado? e qual é o outro lado se há tantos lados? e quantas vezes você já exigiu direitos sem tê-los conquistados ou fazer com que façam sentido? e quantas vezes você tem que ir contra ao senso comum para fazer o que você gosta e acredita? quantas vezes você tem que provar para os seus que faz com amor e bom grado o trabalho ingrato?

e por que é tão difícil de acreditar em marcianos que fazem programas de tv? ou radiovisonários que ouvem anos 80? ou homens que amam mulheres platonicamente? ou em ventadores que não querem deixar de existir porque há em si o mal exemplo da dispersão? ou em idéias com cascas velhas mas que sempre impulsionaram o novo pelo mal cheiro?

é uma luta inútil, cada dia que passa me convenço ainda mais de que as coisas não mudam. mas resistir é o que se pode fazer para conservar o que não quero perder.

24 abril 2003

:: novo sistema de comentário

fica no ar esse novo sistema de comentários até o outro voltar...
:: ela

ela me falou que tanto faz,
que os anos futuros estão pra dez,
que acredita que acredito nela.
ela me disse para não me angustiar,
que o mundo é feito de coisas contrárias a angustia também.

ela sente mais do que acredita.
ela não acredita, ela espera.
ela mente, ela desmente.
ela verdadeia, ela desinventa.
ela infelicita-se e desalegra-se.
ela come potássio e cálcio,
ela tem dentes sádios,
ela costuma exercitar a memória
com exercícios de sentimentos passados.
ela deixa queimar o coração
e sempre e sempre chamusca.
ela não olha emails e blogs atualizados.
ela compra o jornal na mesma banca.
ela consome margarina light.

ela enciuma-se. ela deixa de se enciumar.
ela se afasta. ela deixa estar. ela guarda o cd na caixa
e abre outros livros que ela acha essencial
para o mundo estático-esperançoso no qual ela se fechou.

ela vai explodir como uma bolha de sabão.
ela vai explodir.
ela me disse que não vai explodir
e que se explodisse, tanto faz.
:: fim

acredito no fim das coisas, pq acredito em começos. não sei se é pressupostos, mas identifico os fins pelos seus começos. e acredito em fins para acreditar em começos. o lixeiro que passa correndo acredita que os lixos do dia acabarão para ver o fim do dia. assim como no fundo ele sabe que amanhã tudo se começa novamente. o cd está na última música, mas só é preciso eu dar um play para começar algo que já sei que acaba no track 17. tenho tido essa impressão forte de fim, porque tenho tido também impressão forte de começo.

quero tocar a sua mão para ter impressão de fim. quero dissolver açúcares no café já sabendo que estará vazia depois. quero ver filmes por causa de seus finais. quero ver os créditos para recomeçar a vida.

23 abril 2003

:: smile radio station

para quem quiser ouvir algumas músicas do texto "smile" que está abaixo, clique aqui.

p.s. tem que ser usuário da usina do som...

22 abril 2003

:: agradecimento público

vou agradecer publicamente a fernanda frasca pelo cd da nina simone. obrigado! obrigado! obrigado de novo! te adoro, frasca! o cd é muito bom mesmo. vou colocar o playlist:

1. my baby just cares for me
2. i love you, porgy
3. love me or leave me
4. i got it bad and that ain't good
5. mood indigo
6. solitude
7. do nothing 'till you hear from me
8. angel of the morning
9. it don't mean a thing
10. he's got the whole world in his had
11. don't let me be misurderstood
12. trouble in mind
13. for all we know
14. don't take all night
15. blues for mama
16. the house of the rising sun

21 abril 2003

:: nina simone

uma noite, dessas noites que a gente está besta para a vida, fiquei ouvindo o cd que a fer me deu. chama-se "blues", uma capa marrom com a nina simone bem jovem de costas e olhando para trás, encarando "não vai me ouvir?".

o cd termina com a poderosa "the house of the rising sun". lembro-me que toquei o cd duas vezes só. duas horas de uma dor e força dilacerante. fiquei deitado até amanhecer pensando que era possível ser forte.
:: smile

sra. dalloway, estou escrevendo essas palavras neste caderno tosco encantado com o cd que há pouco gravei para você. já pude transpô-lo para uma fita e assim me desprendo como se fosse passarinho (1) das máquinas grandes para ficar com este walkman que ouço agora no ônibus. essa é minha mediação com o mundo que passa muito rápido lá fora através da janela. estou meio encabulado (2) em lhe escrever, mas não sei como nos manter próximos estando você com suas coisas urgentes e eu com as minhas.

gostaria de ter um avião (3). gosto da idéia de voar. gosto da idéia de não ter meus pés no chão por alguns momentos. como os pássaros. de alguns maquinários a gente se livra, de outros ficamos dependentes. máquinas de sonhos, máquinas de projetos pneumáticos. no ônibus sinto uma gravidade diferenciada, imagino que ao seu lado as dores devem ter outros pesos. nesse caderninho nem cabe a imensidão que é estar sentado na janela e naquele banco mais alto que fica em cima da roda. se eu abrir a janela, vem um vento e posso esquecer (4) um pouco das coisas terrestres. mas acho prudente voltar. esquecer demais também nos exila de outros prazeres e questões. posso imaginar você rindo de tudo que te conto, sra. dalloway. posso sim. e só posso isso com os meus pés no chão.

fico imaginando por que os anjos não sonham... parece que é porque eles já são um. alguém que pode voar é merecedor de meu respeito. mesmo que seja por alguns segundos de milésimo. mesmo que seja o tempo de saltar do ônibus para outras vidas. se eu tivesse asas talvez tivesse menos razões para anotar tudo nesse caderno. quem tem asa não precisa tanto de memória. mas somos miseráveis (5). precisamos nos ater a tudo que possa nos ferir. a vida maçante, procurar emprego, ouvir desaforos e descrenças, guerras e violências. as pessoas que entram, já entram cansadas do dia. o ônibus é feito de pessoas que não querem estar ali. olho para a janela e parece que há muito mais sorte lá fora. pessoas mais satisfeitas e talvez felizes. oh, que bom, alguns deles entram e me tiram a impressão que todos somos feitos de fadiga no final do dia.

fico assim: de um lado ouço murmurios dos que voltam, de outro passam rápido as falas dos que ficam. na minha vida(6), sra. dalloway, vc faz parte das duas coisas. umas horas, fica; outras, você vai. eu projeto cenas de um futuro sonhado. e sinto uma saudade que não deveria existir ainda. meu lugar não é lugar. o ônibus vai indo embora. todos os cenários são escorregadiços e mesmo que possa imaginá-la, sra. dalloway, em quase todos esses lugares, vou-me perdendo nesse itinerário. preciso trocar as pilhas. um momento.

será que vou perdendo o afeto como a energia que se esvai das alcalinas que comprei hoje? espero que a vida útil (7) seja sempre positiva. tem vezes que deixo o rádio ligado sem querer e me desaponto com a falta de energia em horas inapropriadas para faltas. espero que sempre aproveite todas as coisas que lhe são oferecidas e melhor, conquistadas. espero que tenha valido mta coisa a pena. para mim vale mto.

sua vida é linda, sra. dalloway, sua vida deixa a vida dos outros também linda. sua vida é linda. se você se sentir triste, preste atenção e não perca o controle. todos estão olhando. todos estão ouvindo. alguns podem ler essas confissões. mas ninguém pode fazer o que só você pode fazer por você (8). com os olhos abertos, você pode mudar o mundo reinventando; com os olhos fechados pode esconder melhor o choro de tanto amar. não é isso que costuma fazer geralmente, sra. dalloway?

será que você vai saber o quanto penso em você com o meu coração? ainda é a menina mais bonita... (9)

sabendo ou não, ainda estou na minha nave (10) voltando para casa. imaginando anjos nas caras das pessoas. quero ir embora. quero chegar logo e mandar para você essas folhas que já se confundem com os deveres e listas e preços e telefones e anotações das coisas ordinárias. preciso de um exemplo de força e organização para estruturar melhor minhas idéias. ouve essa música (11), sra. dalloway, é suave como o jeito que baixa a cabeça e olha para mim. se eu pudesse ser alguém eu seria você (12).

todo amor que houver nessa vida (13) é muita coisa. as pessoas do ônibus acham o mesmo. pergunto para a senhor que está ao meu lado que concorda. as meninas do terceiro ano encostadas perto da vaga para cadeira de roda discutem um pouco e também concordam. o motorista acha que não e acelera pensando no insólito da sua certeza. quero um remédio que me dê alegria também. porque sinto sua falta, sra. dalloway, nos veremos em breve (14)? não sei se o ônibus que tem pressa ou meu coração que bate mais devagar. já é o final da terceira folha e a fita já está quase acabando. eu querendo que as coisas saiam direito, mas nem tudo pode ser do jeito que a gente quer (15). e você sabe muito melhor que eu. gosto da idéia de que podemos trabalhar conspirando a favor de outras esperanças que não essa: ser feliz.

talvez se tentasse mais, fosse mais comum que sorrisse (16). começo a gostar da idéia de que esse texto tão vão ecoará sorrisos em sua boca. o ônibus chega no meu ponto. as pilhas aguentam até amanhã e meu caderno já está se desfazendo de tantas freadas, buracos e acrobacias. quase decolei algumas vezes.

e as janelas estava tão sujas que pude voar em teus sorrisos refletidos nos vidros.

playlist:

1. songbird _ oasis
2. ask _ smiths
3. aeroplane _ red hot chilli peppers
4. we have forgotten _ sixpence none the richer
5. heaven knows i'm miserable now _ smiths
6. in my life _ beatles
7. time of your life _ green day
8. for you _ coldplay
9. o descobrimento do brasil _ legião urbana
10. leaving on a jetplane _ bjork
11. tarpoleon napoleon _ shelby lynne
12. se eu pudesse ser alguém eu seria você _ deja vu
13. todo amor que houver nessa vida _ cazuza
14. see you soon _ coldplay
15. you can't always get what you want _ rolling stones
16. smile _ weezer

letras

20 abril 2003

:: miss celie's blues

sister, you've been on my mind
oh sister, we're two of a kind
so sister, i'm keeping my eyes on you
i bet you think i don't know nothing
but singing the blues
oh sister, have i got news for you
i'm something
i hope you think that you're something too

oh scuffling, i been up that lone some road
and i seen a lot of suns going down
oh but trust me
now low liege's gonna run me around
so let me tell you something, sister
remember you name
no twister, gonna steal your stuff away
my sister
we share ain't got a whole lot of time
so shake you shimmy
sister
cause honey, this song is feeling fine .

minha tradução para a música: "querida, sinto dor também por isso não está sozinha. vou buscar um suco, quer? "

18 abril 2003

:: hail to the thief_radiohead

olha a capa do disco novo! lindo!!!



fotoblog _ heloisa





:: fotoblog #08


bruna mara e sua parede azul
:: time.machine.chronicles _ naipe


fudge e helo


frasca e danilo


para que ter naipe se vc pode não tê-lo?

17 abril 2003

:: time.machine.chronicles _ bandalheira



até hoje não sei bem como tive a idéia dessa doidera. mas praticamente mudou os rumos da minha graduação. =)
:: time.machine.chronicles _ los hirros de tchê 03





época boa em que a vontade de fazer superava os medos. o programa los hirros de tchê ainda existe, mas não com o gás dos primeiros. vou lembrar sempre dessa maluquice. conheci mta gente, mtos amigos, mtas frustrações, mtos desafios, mtas felicidades.


:: ofegação

posso sentir seus movimentos respiratórios perto da ofegação.
posso ouvir seu coração tentando bater mais lentamente.
perceber suas pálpebras brigar com seus olhos a respeito de revelações.
abrigar a saliva que sobra.
posso sentir a falta de ar e ferro e cálcio e dor e esperança.
posso refazer todos os movimentos pneumáticos
e ofegar em seu ouvido a outra forma de se dizer amor.


:: outros tempos

quando eu te conheci, desejei ter conhecido em outros tempos.
tempos em que eu sorria mais e tinha gotas de chuva no bolso.
era veloz e saltava céus de sofreguidão em troca de beijos de meninas que gostavam de ser fúteis apesar de não serem.
quando eu te conheci eram tempos que não me dei conta.

precisamos reimprovisar nossos corações para outros tempos.
para que os corações deixem de ser corações de tempos estáticos,
para que cansem e parem para outros beijos.

15 abril 2003

:: rádio livres


a policia federal fechou a rádio interferência - rádio livre da ufrj - na maior cara de pau: sem mandato, sem autoriazação da reitoria, sem naipe.


concessão e política de radiodifusão são as coisas mais escrotas desse país. o critério é totalmente político, quando o assunto deveria aberto e público. sou a favor da liberdade das pessoas falarem, conheço limitações técnicas e tal, mas há muita coisa obscura nisso tudo. fiquem ligados, hoje é uma rádio, amanhã são as músicas da internet, depois são o abuso das contas telefônicas, depois o que será?

para saber mais, clique aqui.
:: mostra de cinema japonês _ cinusp

vou colocar aqui só a programação dos filmes que me interessam:

GRADE DE HORÁRIOS

15 de abril
16h - Contos da Lua Vaga Depois da Chuva (Mizoguchi)
19h - Juventude sem Arrependimentos (Kurosawa)

16 de abril
16h - Juventude sem Arrependimentos (Kurosawa)
19h - Pai e Filha (Ozu)

17 de abril
16h - Pai e Filha (Ozu)
19h - Contos da Lua Vaga Depois da Chuva (Mizoguchi)

22 de abril
16h - O Filho Único (Ozu)
19h - De onde se avistam as chaminés (Gosho)

23 de abril
16h - De onde se avistam as chaminés (Gosho)

24 de abril
19h - O Filho Único (Ozu)

25 de abril
16h - O Filho Único (Ozu)

28 de abril
16h - O intendente Sansho (Mizoguchi)
19h - Oharu - Vida de uma cortesã (Mizoguchi)

29 de abril
16h - Oharu - Vida de uma cortesã (Mizoguchi)
19h- Os amantes crucificados (Mizoguchi)

30 de abril
16h - Os amantes crucificados (Mizoguchi)
19h - O intendente Sansho (Mizoguchi)

5 de maio
19h- Oharu - Vida de uma cortesã (Mizoguchi)

7 de maio
19h - Os amantes crucificados (Mizoguchi)

19 de maio
19h - O mar mais silencioso daquele verão (Takeshi Kitano)

20 de maio
16h - O mar mais silencioso daquele verão (Takeshi Kitano)

23 de maio
19h - O mar mais silencioso daquele verão (Takeshi Kitano)

26 de maio
16h- Sonatina (Takeshi Kitano)

27 de maio
19h- Sonatina (Takeshi Kitano)

28 de maio
16h- Kids Return (Takeshi Kitano)

29 de maio
19h- Kids Return (Takeshi Kitano)

30 de maio
16h- Sonatina (Takeshi Kitano)


:: tapoleon napoleon

hoje eu estava no banco do ônibus, indo embora.
indo embora da ansiedade de estar com vc.
estava ouvindo lados b do coldplay que não entraram no último álbum por serem repetitivas.
e eu, repetitivo assim, pensando e me convencendo de que ia embora.

e sentindo uma saudade tácita, quase fome,
pensei nos seus olhos,
pensei no seu nariz e joelho,
pensei q vc é a pessoa mais bonita
e depois pensei q não.

as estrelas dizendo q não é de todos q posso ir embora. e não é mesmo.

e vou ouvindo novas mulheres cantando sobre o coração,
tentando fugir das repetições,
mas sempre caindo caindo nos my love, you are lalala.

e se eu pedisse a dor que fosse, ela iria.
mas quem me garante q vc não iria tb?

então vou eu sempre.
:: alma pequena

qdo alguém vale a pena? se ela tiver móveis, carro, terreno, sorriso consertado, pele lisa, olhos grandes, gosto por música, olhar para cinema, lágrimas para histórias ? se ela souber todos os clichês e falar línguas da europa, cabelos longos e caracóis ? tocar baixo, cantar divino, recitar a noite? se ela beijar bem, gesticular amor, simpatida a dar e dor, saúde de melatonina? coração para a velocidade, fidelidade poética, fios de ouro, cachorro e cachorrinho?

me aceita assim? e ela diz sim. sim, ela vale a pena.

14 abril 2003

:: you are so beautiful

às vezes, não é a eloqüência das palavras, das estruturas, dos jogos sonoros e conceitos. às vezes é o jeito que você fala.

you are so beautiful to me
you are so beautiful to me
can't you see?
everything i hope for
everything i need
your are so beautiful to me

you are so beautiful to me
you are so beautiful to me
can't you see?
you are everything i hope for
you are everything i need
you are so beautiful to me.

queria te dizer isso do mesmo jeito que o joe cocker canta: rouco e como se não existissem outras verdades. mas não sou joe cocker, nem rouco, e sei que existem outras verdades. mas fazer o quê? you're so beautiful to me.

11 abril 2003

:: nuvoleta

por essas andanças na internet entrei num blog meio ao acaso. e qual foi a minha surpresa ao encontrar com uma nuvoleta! visitem:

cereja em caldas. sonhos em conservas.
http://floozybabie.blogspot.com/


10 abril 2003

:: o mar mais silencioso daquele verão

quando assisti a esse filme do kitano na cultura, chamava-se "cenas de verão" ou algo assim. um filme muito simples, exato, quase seco, mas extremamente lírico. mexeu comigo porque trata de um assunto que me abala muito: comunicação e amor. a história é de um lixeiro surdo-mudo e como tal não tem muitas perspectivas na vida. tem uma namorada que não sabemos se é surdo-muda porque não fala durante o filme. é totalmente devota a ele que não a explora. é uma relação silenciosa inclusive nos toques, nas conversas de olhares, muito econômico, o que torna cada coisinha um pouco mais ousada algo muito grande.

o cara decidi surfar. curtiu aquilo e consertou uma prancha que estava no lixo. sua namorada o acompanha sempre. e essa é a história do filme.

kitano é um diretor de planos exatos. poucas vezes dá closes. parece que se afasta de seus personagens. me identifico pela dificuldade que tenho também em me aproximar das pessoas. de longe e contemplativo se tem a impressão de uma beleza que não é própria, uma coisa dos outros. mas ao mesmo tempo, por estar apontando nosso olho ou câmera se revela um interesse por aquilo, seja amorosamente, seja apenas curiosidade.

o filme vai passar na mostra do cinema japonês que cinusp promove até maio. acho que mta gente não vai gostar pela lentidão e pelo tema que parece mto banal. mas é um filme que está em minha lembrança, sempre tentei alugá-lo para rever. há algo nele que vai contra os grandes desejos humanos e ao mesmo tempo há algo nele de uma pronfundidade do cotidiano que me desnorteia. fico pensando o quanto o nosso dia-a-dia tem coisas absolutamente relevantes e é necessário que não percebamos muito para continuarmos sossegadamente.

08 abril 2003



"um dia saberei que esse seu romantismo urbano e machucado salvou meu coração?"
:: radiohead _ hail to the thief

baixei o sexto album do radiohead, banda q amo. vou colocar minhas considerações faixa a faixa:

1. 2 + 2 = 5 : quando ouvi as guitarras distorcidas e o pauleira quase tive um treco. me lembrou mto the bends.
2. sit down. stand up : mto boa, começa meio lenta e depois um bate estaca desesperador.
3. sail to the moon : balada em piano e guitarrinha indie. lembra um pouco o finalzinho do ok computer.
4 . backdrifts : atmosférica. os caras desencanaram mesmo de tocar em rádio...
5 . go to sleep: balada com violão, guitarra, batera e baixo. mto linda!
6 . where I end and you begin: o nome é mto tesão. baixão mandando bem. bem triste...
7. we suck young blood: a "life in glasshouse" do disco. angustiante. detalhe das palmas para marcar a batera.
8. the gloaming: barulhinhos.
9. there there : batera tribal, guitarrinha indie. jeitão de sério.
10. i will : dobra de voz cortante. pra que, meu deus, eu pergunto, pra que ser tao angustiante?... lindissima. mas eh foda ouvir duas vezes seguidas...
11. a punch-up at a wedding: a mais pop do disco. mto boa também.
12. myxamatosis: um timbre animal de sintetizador. a paradinha com batera destroi.
13. scatterbrain: lembra um pouco o knives out mas sem a mesma pegada.
14. a wolf at the door: um rap... parece coisa do ok computer!

ouvindo e pensando nos outros discos, há uma recuperação da simplicidade de banda. há menos coisas eletrônicas, mas o ritmo lento e angustiante que começa em ok computer e pega os dois anteriores se mantem. na primeira faixa vc tem a sensação de que pode voltar para pablo honey ou the bends. mas depois vê não é nada disso. disco mto bom, meio termo entre the bends/ok computer! e amnesiac/kid a. mas prefiro os quatro anteriores. se lift entrasse, talvez gostasse tanto qto os outros. mas também faz apenas dois dias q estou ouvindo.

radiohead é uma banda com a qual me identifiquei por causa da melancolia, acho. gosto da pegada rock, mas sempre quis me aprofundar nas coisas sintetizadas para ver se era possível fazer maluquices sem perder o lance sentimental. acho que o radiohead foi uma dessas bandas que não fazem o experimentalismo pelo experimental.

07 abril 2003

:: uma manhã de domingo

o despertador me engana e vou até o banheiro sem perceber que é domingo e que são 7 horas da manhã. já com metade dos dentes escovados, me surpreendo com o som da mtv tocando the wrong girl do belle and sebastian (2). ao invés de me irritar pelo cedo do horário ou me apressar para voltar para cama, fico dançando com os ombros daquele jeito que as músicas do belle and sebastian sugerem. lembro-me um pouco do clip, mas não chego a tempo na sala ver o final.

é uma alegria (3) estranha. lembro um pouco de você porque é tudo um pouco melancólico. mas o céu azul está aí. o que posso fazer? não há como ser indiferente ao descuidado de ter deixado a janela aberta. vem forte as luzes. barulhos de crianças pedindo pressas aos seus pais para ir ao parque.

uma catadora de lixo passa em frente da janela. usa um roupão mto style. tipo macy gray (4), vozes roucas são minha fraqueza. quem sabe ela pega aquela vassoura e faz um show? procuro entre os cd's variados 1, 2 e 3 o "i try". mas provavelmente devo ter emprestado. no problems. devo ter em mp3.

(nas zappiadas pelas faixas ouço um pouquinho o "raindrops keep falling on my head" (5) com o manics street preachers, mas não se entusiasme!)

o micro demora um pouco para carregar. no portão (6) vejo passar uma amiga de muito tempo. está com o filho e provavelmente voltam da padaria. nem arrisco um oi - e isso me torna em mais um dos idiotas dominicais - porque minha cara ainda está um pouco inchada por ter acordado tão cedo.

minha mãe prepara o café de manhã e me pergunta se a mulher que está no noticiário não é aquela drogada hippie. respondo se ela está falando de janis joplin (7). ela fala de uma atriz cuja pronuncia nao me lembro e diz que gostava mesmo é dos the monkees (8). eu fico rindo pq pelo que sabia, ela só gostava de música japonesa...

no micro, acho uma raridade que baixei há mto tempo, uma música do pearl jam (9) que só tem voz e um violão tosco, mas uma baladinha linda... imagino qtas coisas boas se pode fazer num violão tosco. prefiro mto mais versões acústicas de algumas músicas... como o kiss me (10) do sixpence, por exemplo... ou o there she goes que tem um monte de violões (11).

lá fora, está tudo convidativo.

as pessoas andam, fazem cooper. os jardins (12) estão com a grama feita, há namorados sentados e imagino que há orvalhos. a menina com os braços apoiados no chão e para trás, projetando o torax, pede ao menino que seja ousado. ninguém mais vê filmes romântivos hoje em dia.

calma, tá passando miss celie blues (13) ... ai... sister, you'll be on my mind... já assistiu à cor purpura?...

tudo bem que não tenha gostado de notting hill (14), mas a música tema é do caralho, vai dizer? saiu no jornal que a julia roberts cobra 20 milhoes de doletas por filme e a gente nessa pindaíba de grana... =)

essa musica wall in your heart (15) eu ouvi no seriado smallville que passa no sbt. achei linda. vc não?

ainda está aí?

tudo bem. coloco algo mais pop... u2 (16)? vou deixar o cd inteiro rolando... depois coloco mais belle and sebastian (17), ok? e vai melhorando o dia (18)... vou lembrando menos de você, mas mais incisivamente pelos desenhos animados do domingo de manhã... o q isso significa (19) ? não sei bem, mas você não parece o tom e nem o jerry... =) vc é mais bonita (20).

está esfriando um pouco (21). minha mãe pede para fechar a janela. já é quase meio-dia. só falta uma música para completar esse cd que estou gravando para vc...

oh, um happy day (1) a sua maneira.


playlist:

1. oh, happy day - aretha franklin
2. the wrong girl - belle & sebastian
3. alegria - arnaldo antunes
4. i try - macy gray
5. raindrops keep falling on my head - manics street preachers
6. the gate - belle & sebastian
7. mercedes benz - janis joplin
8. i'm believer - the monkees
9. soon forget - pearl jam
10. kiss me (acoustic) - sixpence none the richer
11. there she goes - idem.
12. secret garden - bruce springsteen
13. miss celie's blues - suede
14. she - elvis costello
15. wall in your heart - shylbe lynn
16. stuck in the moment you can't get out of
17. get me away from here i'm dying - belle & sebastian
18. it's getting - gomez (beatles cover)
19. meant to me - squirrel
20. you're so beautiful - joe cocker
21. winter weather - squirrel
22. qdo eu estiver cantando - legião urbana

06 abril 2003

:: fotoblog #07 _ bruna mara nas terras inglesas




04 abril 2003

:: pato fu


eu: cê viu como é animal essa letra?
ela: eu gosto tb.
eu: "as brigas que ganhei, nenhum troféu como lembrança, para casa eu levei. as brigas que perdi, essas sim, eu nunca esqueci."
ela: "eu nunca esqueciiiiiiiiii"
eu: acho que eu sou meio assim, vivo lembrando das coisas que não deram mto certo. umas frustrações, sabe?
ela: normal.
-------------
ela: tá na hora de vc começar a lembrar das outras coisas tb.
:: insight # 06

e se considerarmos que as pessoas que tocam nossos corações não são necessariamente as que mudam nossas vidas? sempre nos lembramos das pessoas que tocam nossos corações, mas não necessariamente elas mudam as nossas vidas. e há pessoas que mudam nossas vidas, mas nem damos a devida importância simplesmente porque não é alguém que está em nossos corações. pode ser que a grande maioria seja a junção das duas coisas. mas e se estivermos tão cegos pelos nossos corações que essas pessoas a quem não damos tanta importância são a maioria?

como diria um velho amigo: só tempo dirá e tomará que não seja tão tarde.
:: estreia

galera, tah no ar o zine da amorosa companhia pneumatica!!! veja o link:

http://www.amorosaciapneumatica.hpg.com.br

quem quiser contribuir, serah mto benvindo!!!

03 abril 2003



:: cartas

escrevo cartas que nunca envio.
lá vou contando q apesar dos pesares,
vou indo. vou levando. vou me atrelando
a novos conceitos e novos amigos e
vou abandonando outros.
falo da minha febre e dos meus desmaios,
relatando o que se deve fazer quando acontece
e o que as pessoas costumam fazer,
mesmo que isso seja em boa parte inventado,
já que estava inconsciente desmaiada.
evito a todo custo expressões fálicas e voz fina nas cartas,
mas há momentos que não é fácil resistir.
a minha resistência diária é contra a falta.
nessas cartas escrevo sobre sonhos e a falta deles.
amigos e a falta deles; amores e a falta deles.
a sede infinita e a dor dilacerante.
falo sobre pílulas e arranha-céus contra os céus.
as minhas aquisições em música.
e os prós e contras de se comprar um mixer.
todos as folhas dizendo adeus,
algumas solenes, outras desesperadas como gritos.
e assino todas, embora fique em minha gaveta.

e qdo as reencontro; ficam tão ansiosas esperando seu destino quanto eu.

02 abril 2003

:: dica

um blog antigo, meio abandonado: balika.mente da heloisa.
a idéia do blog é publicar figuras, fotos e ilustrações e dar a ela uma palavra somente. um pesquisa pessoal interessante entre o verbo e a imagem. vou tentar fazer o comments funcionar direito, aí a galera pode colocar sua própria palavra também!

http://www.balika.hpg.com.br

01 abril 2003

:: esboço _ perto

sente-se perto de mim q lhe contarei segredos inventados para seu bel prazer.
:: esboço _ ofegação

eu posso sentir seus movimentos respiratórios perto da ofegação.
:: esboços _ outros tempos

precisamos reimprovisar nossos corações para outros tempos.
:: esboços _ save

o dia em que te salvei,
era um dia qq como hoje.
salvei-te do étereo
para a sofreguidão do concreto.

uma concretude própria de dias quaisquer.