a million parachutes

for us

31 agosto 2006

:: carne

estão faltando alguma carne e sangue e ossos nestas palavras. alma? a alma a gente lava e está tudo bem. mas carne... a carne tem a decência de apodrecer.

30 agosto 2006

:: juliana

que bonita é a juliana aprendendo a fazer algodão doce.

27 agosto 2006

:: anatomia

meus pés mergulhados em nuvens,
o circular esportivo do sangue pelas veias.
a pulsação entoando o pescoço.
febre, alguma febre aparente na testa.
o cabelo em fitas ressecadoas,
as mãos que faltam cor,
a sinusite agravada.
os olhos que umedecem um mar suspenso.
as palpebras tensas folhas de pipas.
o meu peito, um desespero.
a minha barriga, uma agonia.
a minha boca fala dos desejos da cabeça,
a minha pele fala do coração.

o meu joelho se dobra e desiste.

26 agosto 2006

:: parachutes.tv _ chagall dreams



material antigo com reedição. troquei klimt por chagall. não por gosto, mas pela circunstância.

24 agosto 2006

:: ladies and gentlemen we are floating in space


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recebi a noticia há pouco. veja só: pensei em arrumar a mala e na roupa mais adequada. pensei também em cortar o cabelo porque esvoaçar deixa tudo arejado e maior do que parece. já planejava os inúmeros movimentos de malabaristas, contorcendo a gravidade que sempre fez do solo um lugar seguro mas muitas vezes, chato. podemos ensaiar os modos como nos agarraremos um ao outro porque ao contrário da maioria, acho que vai ficar mais difícil estarmos mais próximos. abrir o céu cria muitas possibilidades de espaço.

amor, mas você me faz pensar em coisas inquietas. agora que sabemos que estamos flutuando no espaço, será que já há muito não estávamos? temos tantas vozes, formulamos o eco para criar o espaço no qual os corações possam se encontrar. nós somos o espaço em que eles flutuam. nós lutamos contra a gravidade para que não caiam no chão e nessa inquietude os espaços se cruzam. e nos encontramos.

quando você se levantou da cama hoje foi como se tivesse soprado uma pena para cima. seu flutuar me fez começar o dia.

trilha sonora: ladies and gentleme we are floating in space do spiritualized.

23 agosto 2006

:: declarações

chega uma hora que minhas declarações de amor já não convencem, soam falsas e até constrangedoras.

é hora de amar menos, marcio. é hora de praticar algum esporte e mandar algumas pessoas a merda, mas não literalmente.



:: aretha


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outro dia, li uma critica musical na qual neil young explicava a diferença entre o blues e o rock. dizia ele que o blues -- assim como todos os ritmos negros surgidos no começo do século passado -- fala da causa e consequência. você fica bêbado, a mulher o abandona. você ama demais, toma na cabeça. você quer conquistar novos ares, tem que passar por uma provação. o rock já não. o rock é incosequente. é o típico foda-se. você faz e desencana da consequência.

achei uma certa graça nisso. muitas vezes é bom ser rock, outras vezes, blues.

mas hoje a tarde ouvi as canções gospel da aretha franklin, mas especialmente amazing grace e happy day. a idéia do blues me veio na mesma hora. e qual será a conseqüência de uma música dessa, com uma voz dessa? pensei nas pessoas que cantam com naturalidade essas canções e como eu seria estranho a todas elas por achar bonito ao invés de natural.

21 agosto 2006

:: dream

agora que sei que não a tenho no coração, posso sonhar com você.

20 agosto 2006

:: parachutes.tv _ the spheres



gravei isso há muito tempo. só editei agora.

trilha sonora: olsen olsen - sigur ros.
querida ana,

tomei fôlego e resolvi lhe escrever. sim, é mais fôlego o que eu precisava porque lhe escrever, seja mar, seja água para plantas, é sempre um mergulho em registros, significados e sentimentos.

estou pensando na minha rotina. você, querida ana, não costuma estar nele -- o que ultimamente estou considerando algo a ser corrigido. o tempo vai passando e moldando nossos passos e movimentos. tornamo-nos repetitivos numa forma segura de nos manter lúcidos. sinto dor, tomo analgésicos. estou atarefado, acordo cedo. tenho fome, experimento uma receita nova. quero rir, alugo um filme. mas sinto que a vida é um pouco boba quando nos acostumamos tão facilmente assim.

ontem a noite, durante uma leitura acadêmica -- estou me preparando para voltar a estudar -- pensei na possibilidade de que as novidades que me proponho talvez não sejam tão novas assim. estou tão acostumado a ser só que não saberia agir com habilidade uma vida a dois. anteontem experimentei a sensação de estar apaixonado de novo, logo depois, como de costume, soube que ela já tinha outro compromisso. quando voltava para casa, estava bem, até aliviado. mas isso me aborreceu. nem me ocorreu que eu não tinha planos nenhum para uma vida a dois.

neste momento em que lhe escrevo, tenho tido muitas idéias e argumentos para histórias. sempre gostei de histórias, você sabe. as histórias sempre tem esse "mas". escrevo melhor sobre a régia da dor. e este "mas", apesar de tão comum na minha vida, tem suas novidades.

vou comprar 2 garrafas de tequila amanhã. com uma experimento as receitas de drinks da internet. com a outra, te espero e tomamos com novidades.

bjs

márcio

19 agosto 2006

:: fundamental

ser padrinho. é um convite estranho, novo. não me lembro de ninguém que me convidasse para este tipo de função. sempre pensei que passaria pela vida das pessoas como uma lembrança liquefeita, mas boa. "ah, o márcio, lembro. gente boa. ele tinha uma risada engraçada". acho que nunca fiz por merecer qualquer coisa assim tão precisa. nunca fui preciso em muita coisa, nunca fui realmente fundamental. acho que já dei alegria às pessoas, mas nunca felicidade. acho que não faz parte da minha índole ou sempre cultivei uma felicidade que não é do tipo fundamental.

é por isso que a idéia de casamento também me soa estranha. há pessoas que já foram tão fundamentais na minha vida mas que não faz sentido convidar. como não costumo comemorar meus aniversários, já pensei em um dia, chamar todas as pessoas que me foram fundamentais para um evento único. uma reunião de acordo com a minha historiografia e não apenas com a ocasião do hoje. eu não iria celebrar a mim, mas uma vida com amadas e boas pessoas fundamentais.

depois quero visitas dispersas, a sós ou pequenos grupos, porque vou comprar um aparelho de chá pequeno e me dedicar em focar nas minucias de conversas longas e aconchegantes. ouvir as pessoas me dizerem sem graça que a vida é muito corrida para nos encontrar com a freqüência ideal -- e eu achando ideal que seja assim mesmo. e desfrutar o que me é fundamental: amá-los em detalhes.
:: escrever

escrevo melhor sob a régia da dor.

17 agosto 2006

:: parachutes.tv _ enquanto vocês dormem.



para tereza que me despreza mas eu amo.

15 agosto 2006

:: parachutes.tv _ choro das três



http://www.chorodas3.com.br
:: arquitetura

ando pensando na importância dos corredores. de como subvertemos o termo, desaceleramos, paramos para uma conversa e constituimos encontros.

14 agosto 2006

:: lábios

sabe, eu nunca reparei que seus olhos piscam em dessincronia. vim encontrá-la com a firme decisão de prestar atenção melhor já que tive dificuldades em lembrar com precisão do seu rosto quando me perguntaram. não sei se é o tempo, mas o seu sorriso está mais delineado e nítido. ou será que há razões para estar tão mais delineado e nítido?

o seu jeito de falar continua o mesmo, mas o volume está mais baixo. os ossos de suas mãos nunca me soaram tão seguros. mas o seu lábio... ah, o seu lábio venceu o tempo.

11 agosto 2006

:: gilda

gilda tem uma cicatriz no joelho em forma de uma montanha. uma acidente no balanço rasgou sua perna. eu não compreendia muito bem suas saias e a cicatriz exposta. um dia, contou-me que já mais velha, costumava desenhar olhos no joelho e a cicatriz era um longo sorriso para si. pensei: que sorte ela ter sempre alguém que lhe sorri.

e esse alguém ser a própria gilda.

10 agosto 2006

:: sense

às vezes, deitado na cama, peço que o cansaço me derrote para que o dia acabe logo e eu pare de ter estes questionamentos sobre os meus longos fracassos pessoais.
:: palpebra

sempre que minha pálpebra começa a tremer, sinto uma necessidade estranha de escrever. num primeiro momento, ocorre-me perguntar por que o meu olho tem um comportamento tão estranho, mas depois percebo que não é tão estranho, que costumo tê-lo de quando em quando e que talvez a vontade de escrever encontre um pretexto em alguma disfunção neural do meu olho. posso acusar o estresse, cansaço ou ansiedade. ou algo desconhecido, mas que possui alguma linha racional, médica ou filosófica, que explique o tremer.

mas depois eu percebo que não quero falar do meu olho que insiste em tremer, mas sim de um tempo em que as minhas tremedeiras estavam relacionadas com conflitos da vida, com amores que se desenrolavam e fluiam como uma longa sinfonia, com projetos para satisfazer uma inquietação que torturava, mas fazia o coração aprender o sim.

e lembro de quando tocavam o meu rosto e não suspeitavam pela falta de tato usual que as tremeiras da minha pálpebra acalmavam-se com um simples desfoque do que era e do que poderia ser.

09 agosto 2006

:: dolls

nesse final de semana tem mostra de teatro de bonecos no parque do ibirapuera. sempre quis fazer videos tipo muppets... aproveitar a luz boa do dia seco e fingir outro tipo de sede.

07 agosto 2006

:: escrever

estou com uma certa dificuldade para escrever. tenho me entretido fazendo vídeos, escrevendo roteiros para natália brincamar. mas logo volto ao ritmo antigo. amores vem e vão, as palavras também.

04 agosto 2006

:: parachutes.tv _ rrrrrrock



video que fiz a partir de imagens do show que o autoramas fez lá no ccsp.

01 agosto 2006

:: parachutes.tv _ her eye



:: parachutes.tv _ liza



presente atrasado... bjs, baby.