:: o mar mais silencioso daquele verão
quando assisti a esse filme do kitano na cultura, chamava-se "cenas de verão" ou algo assim. um filme muito simples, exato, quase seco, mas extremamente lírico. mexeu comigo porque trata de um assunto que me abala muito: comunicação e amor. a história é de um lixeiro surdo-mudo e como tal não tem muitas perspectivas na vida. tem uma namorada que não sabemos se é surdo-muda porque não fala durante o filme. é totalmente devota a ele que não a explora. é uma relação silenciosa inclusive nos toques, nas conversas de olhares, muito econômico, o que torna cada coisinha um pouco mais ousada algo muito grande.
o cara decidi surfar. curtiu aquilo e consertou uma prancha que estava no lixo. sua namorada o acompanha sempre. e essa é a história do filme.
kitano é um diretor de planos exatos. poucas vezes dá closes. parece que se afasta de seus personagens. me identifico pela dificuldade que tenho também em me aproximar das pessoas. de longe e contemplativo se tem a impressão de uma beleza que não é própria, uma coisa dos outros. mas ao mesmo tempo, por estar apontando nosso olho ou câmera se revela um interesse por aquilo, seja amorosamente, seja apenas curiosidade.
o filme vai passar na mostra do cinema japonês que cinusp promove até maio. acho que mta gente não vai gostar pela lentidão e pelo tema que parece mto banal. mas é um filme que está em minha lembrança, sempre tentei alugá-lo para rever. há algo nele que vai contra os grandes desejos humanos e ao mesmo tempo há algo nele de uma pronfundidade do cotidiano que me desnorteia. fico pensando o quanto o nosso dia-a-dia tem coisas absolutamente relevantes e é necessário que não percebamos muito para continuarmos sossegadamente.
quando assisti a esse filme do kitano na cultura, chamava-se "cenas de verão" ou algo assim. um filme muito simples, exato, quase seco, mas extremamente lírico. mexeu comigo porque trata de um assunto que me abala muito: comunicação e amor. a história é de um lixeiro surdo-mudo e como tal não tem muitas perspectivas na vida. tem uma namorada que não sabemos se é surdo-muda porque não fala durante o filme. é totalmente devota a ele que não a explora. é uma relação silenciosa inclusive nos toques, nas conversas de olhares, muito econômico, o que torna cada coisinha um pouco mais ousada algo muito grande.
o cara decidi surfar. curtiu aquilo e consertou uma prancha que estava no lixo. sua namorada o acompanha sempre. e essa é a história do filme.
kitano é um diretor de planos exatos. poucas vezes dá closes. parece que se afasta de seus personagens. me identifico pela dificuldade que tenho também em me aproximar das pessoas. de longe e contemplativo se tem a impressão de uma beleza que não é própria, uma coisa dos outros. mas ao mesmo tempo, por estar apontando nosso olho ou câmera se revela um interesse por aquilo, seja amorosamente, seja apenas curiosidade.
o filme vai passar na mostra do cinema japonês que cinusp promove até maio. acho que mta gente não vai gostar pela lentidão e pelo tema que parece mto banal. mas é um filme que está em minha lembrança, sempre tentei alugá-lo para rever. há algo nele que vai contra os grandes desejos humanos e ao mesmo tempo há algo nele de uma pronfundidade do cotidiano que me desnorteia. fico pensando o quanto o nosso dia-a-dia tem coisas absolutamente relevantes e é necessário que não percebamos muito para continuarmos sossegadamente.
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