a million parachutes

for us

26 fevereiro 2007

:: gramado

deslizavam os jogadores sobre o gramado do campo de futebol, enquanto a bola os observava a fatalidade que seria se todos entrassem no mesmo gol.

22 fevereiro 2007

:: nihon-go

eu gosto do som da língua japonesa. é como se me reconhecesse aos pedaços nas impostações, inversões de frases e falta de sílabas. sempre me achei um estrangeiro. às vezes era visto como um.
hoje em dia a minha casa é a língua portuguesa. mas o japonês é como a casa materna.

20 fevereiro 2007

:: sleeping away

quero me desculpar com meus amigos se pareço deslocado. se pareço em órbita, meio perdido. quero confessar que não vejo as cores que gostaria, mas tento enxergar as variedades. me pego sonhando às vezes com uma felicidade que não me cabe. que eu encontrei alguém que me acha que fui feito para ela. ou que eu consegui, de alguma forma espontânea e natural, registrar as imagens e os desejos que passam pela minha cabeça em imagens que se movem, ritmados com as batidas do meu coração. os meus sonhos não são grande coisa para as pessoas. acho que não há quem se reconheça ou se projete neles. os meus sonhos são estranhos, cada dia mais. eles falam de possibilidades, nunca do fato em si. e isto é de uma solidão dilacerante.

havia um tempo em que os meus sonhos eram mais fáceis de compartilhar, de dizer para as pessoas, eram também mais interessantes, deviam ter alguma cor. hoje em dia, eles andam mais concretos mas cada vez mais incompreensíveis e isto também é dilacerante para mim.

a campainha está tocando. o vento trouxe refrescos.

18 fevereiro 2007

:: vodka mood

há um tanto de palavras curativos.
há outros tantos mertiolates.
e há umas poucas que são a própria ferida.

a estas últimas o perecível é uma chegada
mas os significados estão no caminho.

17 fevereiro 2007

sábado de carnaval

é carnaval. eu sei porque há fantasias indo de um lado para outro em sacolas e uma leve camada de confete e serpentina pela cidade. estou pensando na ana e que ela possa estar passando um carnaval mais ameno. um sorriso cheio de vapores visíveis em um inverno.

até esta hora, estava pensando na solidão que pudesse estar se apossando dela em memórias de carnavais passados. cores desbotando. detalhes de fantasias desaparecendo. máscaras se expondo. o cabelo ficando do mesmo tamanho não importando o carnaval.

então imaginei a ana andando por londres, rindo sozinha das cores que pontualmente ela dá a cidade. e eu aqui, recolhi um pouco de confetes multicoloridos como emplasto para solidão.

12 fevereiro 2007

:: a menina e as cores

os meses que convivi com patricia foram de susto.

era uma pessoa muito quieta, observava as coisas com uma atenção perigosa, cheia de preciosismo e distração para com os perigos do mundo. quantas vezes eu já a vi se acidentar ou escapar por pouco. tinha curativos e marcas por todo corpo. mas aquilo não a incomodava. o que a deixava inquieta eram as cores.

certo dia ela me confidenciou que talvez tivesse algum problema. toda vez que encontrava uma cor nova, ficava intrigada e pensava se já havia nome. estranhei a principio: para mim o espectro já havia sido nomeado.

-- este azul não é aquele azul.

e quando eu a reencontrei anos mais tarde, já não me reconhecia mais. sua memória era toda feita das cores que pode viver.
:: low

uma metáfora que nasce lágrima borra a natureza de nossa dor.
:: blank

estas folhas folhas brancas me inquietam para escrita.
quero falar do amor que me falta
através da textura trançada do papel.
:: dificuldades técnicas

depois de um grande susto e muita indignação com o pessoal do google que resolveu unificar (misturar de forma n�o muito prática) os logins, o parachutes retorna a sua programação normal.

marcio