a million parachutes

for us

30 abril 2007

:: sleepwalker

o que me faz sair da cama de manhã é a vontade de ouvir histórias.
o que me faz ir para cama de noite é a vontade de inventar histórias.
:: tempo, tempo, mano velho

nestas férias, tive um tempo para pensar no tempo. quando a gente está sendo consumido pelo dia-a-dia, qualquer noção que não seja próxima da hora como unidade, não é cabível. com o ritmo mais lento e com mais calma, me deixei pensar em meses, anos e séculos. o tempo de uma vida.

mesmo quando pensamos na vida, temos que pensar em horas. há toda uma elipse temporal para que possamos pontuar as coisas importantes e que fizeram o sentido do que vivemos. por um momento, nestas férias, pude pensar nos anos que passam, na vida que molda, nos amores que se vão e voltam. nas dores que não estavam aqui e nas alegrias que sempre estiveram. no quanto os anos mudaram meu olhar aos valores e como os mesmos anos não os modificaram.

e que este mesmo tempo que faz perecer todos os seres vivos, dá a chance de uma grandiosidade que qualquer ser humano pode ter: saber aproveitar, saber temperar.

22 abril 2007

:: viva o youtube

esse comercial da coca-cola está no meu imaginário desde criança. sempre pensei nele com carinho e acho que foi algo que sempre me fez querer fazer video. gosto da idéia improvável de um elefante nadar, de sua leveza, da música, da pequena infração compensada com uma moeda própria.



13 abril 2007

:: concrete

queria fazer uma poesia concreta esperta
que mostrasse o quanto me sobra de abstração.
mas é um o.v.o.

12 abril 2007

:: minhas cidades invisíveis

aqui do lado tem um link para o blog "minhas cidades invisíveis" da minha querida amiga prica. foi um trabalho dela que me despertou para a cidade e suas contradições. depois foi hakin bey, depois italo calvino, depois foi michel de certeau, depois foram muitos outros.

vivemos tempos individualizados. o nosso eu partiu o nós. se prestarmos atenção na cidade, podemos perceber isso. mas há uma armadilha nessa atenção: quando pensamos na cidade sussurramos no ouvido do nós.

e através da internet, as cidades estão se transformando. pelo menos são paulo da minha cabeça se move. leio relatos, vejo imagens, assisto a cinemática. meus olhos se apossam, meus ouvidos estranham. e ao caminhar pela cidade, são paulo vai se revelando. crio revelações. e a cidade me olha como se eu nunca estivesse morado aqui.
:: a história

ler o mundo com os olhos da história.

às vezes me pego tentado compreender o que me rodeia - o próximo, quase o íntimo - com os olhos de um cronista ou em último caso com os olhos de um historiador. porque o passado faz sentido no presente, mas não quer dizer que vai ditá-lo. às vezes vejo pessoas presas ao seu passado, como um eterno retorno. outras que simplesmente ignoram o que aconteceu e cometem as mesmas atrocidades, o que não deixa de ser um eterno retorno.

sempre me vem na cabeça o nome de joana, porque todas as joanas que conheci eram fortes. acabo sempre querendo dar o nome de joana às pessoas que mexem comigo.

pois então joana era uma dessas pessoas que tinham trauma do passado, sempre alerta para não cometer os mesmos erros, ela quer cometer novos. mas joana também é dessas pessoas com a memória afiada. lembra-se de quase tudo que lhe é importante.

joana lê o mundo com os olhos da sua história, com todos seus olhos e através de toda sua história.
:: she´s a vision

eu a vejo em metais reflexivos, marcas de outdoors retirados, no piscante dos avisos dos tuneis. no céu cortado pelos aviões, na igualdade simétrica dos produtos e prateleiras dos supermercados. ela toma um suco, pede troco, recarrega o bilhete único, fica no limite das portas do metrô. ela aparece nas câmeras digitais a mercê dos photoshops.

ela pisca. ela dá eletrochoques. ela capta as vibraçoes do meu pescoço e faz música. ela tem wide-open olhos. ela tem taste-juice língua. ela fala palavras que não existem. ela desenha um olho maior que outro. ela pulou 43 vezes de prédios. machucou-se apenas 25 e relatou 1.

ela me contou esta baléla enquanto me ajudava a levantar.

10 abril 2007

:: parachutes.tv _ heart-lens



photos by tuli nishimura
edited by marcio yonamine
music by chara
:: ventio

eras ventos. passaste por mim, senti. mas nunca estiveste aqui. tua terra é outra: um lugar onde a diferença de pressão é o amor. aqui não há, nunca existiu.

foi só vento. e a outras frentes tu pertences. aqui teus movimentos só giram cata-ventos sem sentido.

07 abril 2007

:: céu de estrelas

você me diz que me amava e não sabia.
pois bem. eu bem sabia.

05 abril 2007

:: lifeless

o que entra nos pulmões é só ar?