a million parachutes

for us

27 junho 2005

:: tsurumi

é o segundo dia seguido que sonho com tsurumi, um rio que deixei lá no japão. talvez seja a hora de pensar em voltar.

26 junho 2005

:: thaís

se os seus braços não forem fortes para segurarem os meus, tranque a porta, apague a luz, esconda as chaves, peça que eu fique. no braço esquerdo da poltrana felpuda, você deixou seu vestido de ontem. sobre a cama, há folhas que chegaram pela janela aberta. o barulho da cidade é muito próximo em volume do som que você deixou tocando aleatoriamente. encontrei café novo no pacote de compras. fiquei cuiroso com o shampoo para cabelos encaracolados: servem para desencaracola-los ou para fazerem mais molas? eu gosto dos seus cabelos encaracolados e ficaria horas manuseando até entender essa física de quem se expõe e retraí.

agora que você me pediu para ficar, não tem como voltar atrás. pode apagar a luz.

:: flávia

vou pegar meus pedaços que deixei nas pessoas que amei. sei que não vou me recompor, nunca serei completa. nunca fui completa. vou pegar meus pedaços para deixar os outros mais incompletos também.

24 junho 2005

:: A Prayer _ madaleine peyroux

Lord
I must be strong now
I don't belong now
In this world anymore

I'll say a final prayer for
Those I care for
Who've kept my company

My need is clear
I'm dying to have you near
To me

Lord
I don't belong now
If you are waiting
I am not afraid to die

I'm prepared to go
Divide my body and soul
Won't you

Lord
I don't belong now
If you are waiting
I am not afraid to die

Have mercy
Lord, I'm told it's paradise
To have and to hold you

Lord
I must be strong now
I don't belong now
In this world anymore

Lord
I won't be long now
If you are waiting
I am not afraid to die
:: dance me to end of love

ando apaixonado por uma madeleine. ela canta como a billie holiday. será que ela ama assim também?

23 junho 2005

:: josefina

se o mundo lúdico é muito melhor que o mundo em que você bebe água, então é bom saber bem que tipo de sede você tem.
:: estela

o nome dela é estela. cortaram suas unhas para que quando passassem os cometas ela não conseguisse se agarrar a nenhum deles e fugir. há muitos cometas que passam nessas terras, alguns não resistem e desintegram-se no ar. chuva de pó e meteoritos. o mais famoso chama-se gerdal e passa de 5 em 5 anos azuis.

estela fugiu com gerdal. ela abraçou-se a ele e enfrentou atritos, calor e luzes cegantes. não se sabe se sobreviveu. imagina-se que as adversidades tenham-na queimado viva.

ou estela tenha sido incorporada a gerdal ou ele a ela.
:: the aeroplane flies high

erga suas asas, incline de modo a fazer diferença de pressão do ar. corra o máximo que puder em uma rua sem muitos postes. quando levantar vôo desvie dos pássaros. e em um coração alheio, peça permissão para pousar.

_ 20 de maio de 05
:: i´m just a lucky so and so

gosto de jeito que ela olha atentamente algo que a encanta.
gosto ainda mais quando, absorta, ela se perde e não sabe mais o que a encanta.
gosto quando ela respira e volta a si.
voltando a si, gosto quando ela percebe que estou aqui.
:: sorte na vida

nessa vida,
se tiver sorte,
a solidão será apenas uma dor de cabeça.
dessas que passa com aspirinas de amor.
com massagens e uma boa noite de sono.
se tiver sorte,
nessa vida,
nem saberá bem que é uma dor de cabeça.

se tiver sorte,
nessa vida,
terá bons amigos
que não lhe abandonarão
em momentos difíceis.
aqueles amigos que aparecem
quanto menos se espera.
estão presentes em objetos pequenos,
sentimentos pequenos,
pedaços de papéis,
palavras em contextos outros,
desenho recortado para cartão.
se tiver sorte,
nessa vida,
os amigos farão visistas
e não chegarão atrasados.

se tiver sorte,
nessa vida,
nem saberá o que é sorte
porque estará tão ocupado
com as coisas boas
que não será o destino
o senhor da sua vida.

_15 de maio de 05
:: sobre alfinetes e corações

venha o que vier,
beba o que quiser,
sonhe o que der,
encare o vento
de pé.

_ 8 de maio de 05
:: tati

na noite em que tati fugiu de casa, os vizinhos nada ouviram que pudessem sugerir queda ou violência. na janela do quarto havia manchas de sangue e a tranca foi refeita. por estar aberto, o quarto se inundou de perfumes de flores da noite que se impregnaram nas paredes, nas roupas que restaram no armário e nos livros que lhe foram sinceros.

um pouco depois das 10h, quando seus pais já haviam dado queixa do desaparecimento, o seu quarto foi sendo ocupado por borboletas multicores. pousaram nas manchas de sangue e foram limpando o quarto daquela vermelhidão.

tati não voltou, mas as borboletas ainda ocupam o seu quarto de quando em quando.
:: leda está sorrindo

leda está sorrindo. acabamos de fazer amor. ela acha que para mim é sexo e eu não tenho coragem de falar que é amor.

eu reparo nos seus dentes tortos; simétricos a inclinação dos meus. fazemos um contra-peso um ao outro. ela acha que está gorda, nem cogita que talvez eu quem esteja muito magro. ela quer falar que fui bem, embora saibamos os dois que nada tem sido como antes.

ela esconde a folga do anel que lhe dei. eu falo de como o cabelo dela está melhor curto. leda está sorrindo porque cogita a possibilidade de que eu a ame.

ela acha que me ama. e eu tenho certeza de que sim.

22 junho 2005

:: milena

o laço de cabelo de milena possuí quatro pontas e o centro se asemelha a uma rosa. cada ponta funciona como um ponto cardial e a flor diz respeito ao mundo. as pessoas próximas costumam se localizar pelo laço de cabelo de milena, utilizam como bússula, mesmo que ela própria esteja tão perdida.

o cabelo irritadiço fala sobre as umidades e chuvas e os olhos são o cinema que costumamos perder por falta de informação de onde fica ou pela chuva forte que nos atrasa.
:: a vida sonhada de um alfinete #03

se você costurar para dentro, você não mostra o trabalho das linhas. mas você também não tem como se apegar de amor por cantos imperfeitos.

21 junho 2005

:: lidia

todos os dias lidia colhe tristezas no canteiro e as colocas para murchar na janela. só aos domingos, ela deixa as cortinas fechadas e dorme o que pode.
:: a odalisca e o pirata

uma marchinha de carnval:

quando o carnaval chegar
eu me visto de você
canto e bebo a noite inteira
danço para ele ver

eu me visto de você!

quando o carnaval chegar
eu te tranco no porão
pego a lua, vou-me embora
me misturo à multidão

eu te tranco no porão!

vou pular o carnaval vestido de você!


(luisa mandou um beijo - fernando paiva)


20 junho 2005

:: dreamland

seus sonhos de fachada fecharam a vista para meus sonhos de neon.

:: rituais

vou sempre ao cinema no meu aniversário. a chris sempre passa por uma praça.

vou passar por uma praça a caminho do cinema.

:: 27 anos

hoje completo meus 27 anos. muito provavelmente pouca gente lembrará da data; tem sido assim já há alguns anos. o próprio leitor estará surpreso pela notícia ou sendo pego pela lembrança.

a sensação de tempo é muito diferente hoje em dia. sabemos da semana por causa da folga do domingo; sabemos do mês pelas contas que pagamos; sabemos do ano pela fé de que tudo pode melhorar. entendo que a maioria das pessoas esqueçam ou sejam indiferentes. eu mesmo não trato aniversários como datas festivas. mas não consigo evitar de pensar nas coisas que passam.

eu vivi bastante, talvez não o suficiente para que me torne alguém sábio. mas sei de algumas mazelas. amei bastante, amo a todo tempo. vivo apaixonado. já odiei muito e senti raiva. hoje em dia tenho algumas mágoas ainda que fazem parte do jeito que amo. vou mudando aos poucos, tentando melhorar.

hoje não esperarei muita coisa. ando esperando muito da vida. vou arrumar minha estante que anda um pouco negligenciado. e ouvir bastante música. serei amoroso às pessoas que me tem amor. nem tenho tantos amigos assim, e mto deles nem estarão atentos a esse dia. vou reservar o dia para organizar idéias e sentimentos.

e dormir bem porque hoje eu mereço.

17 junho 2005

:: show de aniversário da web radio do centro cultural são paulo

luisa mandou um beijo + drosophila
dia 18 - 19h

luisa mandou um beijo + astronautas
dia 19 - 18h

sala adoniran barbosa - centro cultural são paulo
rua vergueiro, 1000 - metrô vergueiro

preço: 10,00 (estudante paga meia).

os shows serão transmitidos ao vivo pela web radio ccsp:

clique no ícone da rádio.
:: clarice

há nos olhos de clarisse uma tristeza em forma de umidade como se algum prejuízo que lhe foi feito resistisse numa bolha de sabão. bolha cuja delicadeza clarice não ousasse estourar.

ela troca de óculos usuais pelos escuros. protege-se assim e o mundo das suas pequenas calamidades. o quase sorriso nos desvia a atenção, um respiro. o sol forçará a bolha a se lançar em gotículoas instáveis e clarice terá um pouco de paz.

até que, sozinha no chuveiro, clarice confunda tempestuosamente seus líquidos e descubra o ciclo aquático de seus sentimentos.
:: retomando as atividades

não posso fugir de mim. mas posso fazer um acordo e dividir o táxi.