a million parachutes

for us

20 agosto 2006

querida ana,

tomei fôlego e resolvi lhe escrever. sim, é mais fôlego o que eu precisava porque lhe escrever, seja mar, seja água para plantas, é sempre um mergulho em registros, significados e sentimentos.

estou pensando na minha rotina. você, querida ana, não costuma estar nele -- o que ultimamente estou considerando algo a ser corrigido. o tempo vai passando e moldando nossos passos e movimentos. tornamo-nos repetitivos numa forma segura de nos manter lúcidos. sinto dor, tomo analgésicos. estou atarefado, acordo cedo. tenho fome, experimento uma receita nova. quero rir, alugo um filme. mas sinto que a vida é um pouco boba quando nos acostumamos tão facilmente assim.

ontem a noite, durante uma leitura acadêmica -- estou me preparando para voltar a estudar -- pensei na possibilidade de que as novidades que me proponho talvez não sejam tão novas assim. estou tão acostumado a ser só que não saberia agir com habilidade uma vida a dois. anteontem experimentei a sensação de estar apaixonado de novo, logo depois, como de costume, soube que ela já tinha outro compromisso. quando voltava para casa, estava bem, até aliviado. mas isso me aborreceu. nem me ocorreu que eu não tinha planos nenhum para uma vida a dois.

neste momento em que lhe escrevo, tenho tido muitas idéias e argumentos para histórias. sempre gostei de histórias, você sabe. as histórias sempre tem esse "mas". escrevo melhor sobre a régia da dor. e este "mas", apesar de tão comum na minha vida, tem suas novidades.

vou comprar 2 garrafas de tequila amanhã. com uma experimento as receitas de drinks da internet. com a outra, te espero e tomamos com novidades.

bjs

márcio