dizem que chegamos em certa idade que deixamos o signo para dar atenção ao ascendente. não acredito muito nestas fatalidades, mas idéia de que as estrelas vão mudar segundo o que me é perecível soa-me no mínimo encantador.
31 maio 2006
:: gêmeos
dizem que chegamos em certa idade que deixamos o signo para dar atenção ao ascendente. não acredito muito nestas fatalidades, mas idéia de que as estrelas vão mudar segundo o que me é perecível soa-me no mínimo encantador.
dizem que chegamos em certa idade que deixamos o signo para dar atenção ao ascendente. não acredito muito nestas fatalidades, mas idéia de que as estrelas vão mudar segundo o que me é perecível soa-me no mínimo encantador.
28 maio 2006
26 maio 2006
:: para a menina que baila
a menina que desconhece o chão,
nem corpo, nem alma, o suplicio.
mostra a todos que é no coração
que se determina o equilibrio.
para mariana zanotto, feliz aniversário!
a menina que desconhece o chão,
nem corpo, nem alma, o suplicio.
mostra a todos que é no coração
que se determina o equilibrio.
para mariana zanotto, feliz aniversário!
23 maio 2006
:: capa
li uns textos antigos e me deu vontade de juntar coisas para um livro. estou convocando os amigos artistas plásticos para fazerem uma capa. mande-me propostas. =)
titulo provisório: verena blues.
li uns textos antigos e me deu vontade de juntar coisas para um livro. estou convocando os amigos artistas plásticos para fazerem uma capa. mande-me propostas. =)
titulo provisório: verena blues.
:: parachutes.tv _ ludov
video clipe com imagens do show do centro cultural são paulo. edição primorosa do danilo, o bechara.
video clipe com imagens do show do centro cultural são paulo. edição primorosa do danilo, o bechara.
:: parachutes.tv _ pra poder me guiar
video que fiz para a ótima cantora olivia. (www.olivia.com.br)
"só um vagalume para poder me guiar".
video que fiz para a ótima cantora olivia. (www.olivia.com.br)
"só um vagalume para poder me guiar".
20 maio 2006
:: carta
caro senhor,
sairei de casa nos meus horários. nas horas, minutos e segundos que forem meus. pisarei no asfalto rachado do nosso tecido social. e deixarei de costurar meus bolsos, vou cultivar furos. e ao invés de moedas que costumo perder, vou encher de sementes de legumes, flores e doces. vou continuar fazendo meu caminho e desafiarei a cidade a resistir a tantas sementes.
vou dobrar o meu número de bom-dias. não conseguirei mudar meu ar díficil e pouco socializante. mas oferecerei bom-dias tanto quanto posso. procurarei usar cores para que me confundam com as melhores pessoas. esse tipo de confusão desafoga pulmão que deseja respirar outros ares.
reservarei o almoço para os amigos, os bons amigos. e pedirei a eles que respondam também ao senhor da melhor forma possível. direi que ainda prefiro secar as minhas roupas aos ventos inconstantes a tratá-los quentes e seguros nas máquinas de secar. vou cuidar dos meus joelhos para correr o tanto quanto posso. vou correr atrás daqueles sonhos que sempre estão refletidos nos vidros dos prédios, janelas de ônibus, retrovisor de motoboy. os sonhos de um eu que ando esquecendo.
e por fim, senhor medo, não permitirei que faça uso das palavras para propagar o seu primo terror. o senhor cobra-me mensalmente como a conta de luz ou iptu. mas não vou lhe dever coisa alguma. antes, pedirá o senhor concordata ao concorrer com o mercado das flores que resistem e nascem.
caro senhor,
sairei de casa nos meus horários. nas horas, minutos e segundos que forem meus. pisarei no asfalto rachado do nosso tecido social. e deixarei de costurar meus bolsos, vou cultivar furos. e ao invés de moedas que costumo perder, vou encher de sementes de legumes, flores e doces. vou continuar fazendo meu caminho e desafiarei a cidade a resistir a tantas sementes.
vou dobrar o meu número de bom-dias. não conseguirei mudar meu ar díficil e pouco socializante. mas oferecerei bom-dias tanto quanto posso. procurarei usar cores para que me confundam com as melhores pessoas. esse tipo de confusão desafoga pulmão que deseja respirar outros ares.
reservarei o almoço para os amigos, os bons amigos. e pedirei a eles que respondam também ao senhor da melhor forma possível. direi que ainda prefiro secar as minhas roupas aos ventos inconstantes a tratá-los quentes e seguros nas máquinas de secar. vou cuidar dos meus joelhos para correr o tanto quanto posso. vou correr atrás daqueles sonhos que sempre estão refletidos nos vidros dos prédios, janelas de ônibus, retrovisor de motoboy. os sonhos de um eu que ando esquecendo.
e por fim, senhor medo, não permitirei que faça uso das palavras para propagar o seu primo terror. o senhor cobra-me mensalmente como a conta de luz ou iptu. mas não vou lhe dever coisa alguma. antes, pedirá o senhor concordata ao concorrer com o mercado das flores que resistem e nascem.
18 maio 2006
:: amigos imaginários ou nem tanto
-- márcio, se você fosse uma canção, seria uma bela canção. só tem um problema.
-- o quê?
-- você não tem refrão. as pessoas não costuma gostar de música que não tem refrão.
-- márcio, se você fosse uma canção, seria uma bela canção. só tem um problema.
-- o quê?
-- você não tem refrão. as pessoas não costuma gostar de música que não tem refrão.
14 maio 2006
13 maio 2006
12 maio 2006
11 maio 2006
:: amores digitais
você recortada e multiplicada em páginas de fotologs.
você montada e em loops de canções sintetizadas.
você em fundo azul e verde passeando em lugares que não existem.
você escrevendo sobre os amores que insiste viver.
você infiltrada na rede das paixões sem formatação.
você recortada e multiplicada em páginas de fotologs.
você montada e em loops de canções sintetizadas.
você em fundo azul e verde passeando em lugares que não existem.
você escrevendo sobre os amores que insiste viver.
você infiltrada na rede das paixões sem formatação.
:: faluas a dois
procuro nos vãos pneumáticos das tuas asas, anjos.
na estrutura inexata e eficaz das penas,
qualquer coisa que conflua a não ter raiz.
das flores, quero apenas o chamado dos porvires.
quanta ciência há em desejar o que não possui,
desejar para o que não fomos feito?
busco a engenhosidade dos anjos
e a língua das flores.
procuro nos vãos pneumáticos das tuas asas, anjos.
na estrutura inexata e eficaz das penas,
qualquer coisa que conflua a não ter raiz.
das flores, quero apenas o chamado dos porvires.
quanta ciência há em desejar o que não possui,
desejar para o que não fomos feito?
busco a engenhosidade dos anjos
e a língua das flores.
09 maio 2006
:: parachutes.tv _ beloved : carta de amor
beloved é uma série baseada no livro "fragmentos de um discurso amoroso" de roland barthes. tirei algumas perguntas do livro e fiz aos meus amigos. sou a favor de pensar no amor, não para racionalizá-lo, mas para um compreendimento maior deste sentimento. lembro-me de uma frase de marílena chauí acerca da felicidade: "é preciso educar as paixões para a felicidade". não sei quanto há de verdade nisto, mas acredito que esta tentativa de compreensão não tira a força deste sentimento, ao contrário, enobrece-o.
beloved é uma série baseada no livro "fragmentos de um discurso amoroso" de roland barthes. tirei algumas perguntas do livro e fiz aos meus amigos. sou a favor de pensar no amor, não para racionalizá-lo, mas para um compreendimento maior deste sentimento. lembro-me de uma frase de marílena chauí acerca da felicidade: "é preciso educar as paixões para a felicidade". não sei quanto há de verdade nisto, mas acredito que esta tentativa de compreensão não tira a força deste sentimento, ao contrário, enobrece-o.
08 maio 2006
:: a agenda da tristeza
anotada em letras circulares e linhas concorrentes,
folhas esperando uma tinta de longo prazo,
está a tristeza, a minha, a dos homens.
as horas marcadas, o relógio que comanda,
não me peça para escrever teu nome, tristeza,
nos intervalos que deixaram para me pertencer.
esmagado entre os calendário, há um choro.
o apalpar procurando compromissos passados
não recupera o que se perdeu, o futuro.
tristeza, não tenho tempo para ti. mas o choro...
quanta crueldade há em choro mudo
sem som e prestes a ser riscado.
tristeza, há uma hora para ti.
mas agora não é hora.
anotada em letras circulares e linhas concorrentes,
folhas esperando uma tinta de longo prazo,
está a tristeza, a minha, a dos homens.
as horas marcadas, o relógio que comanda,
não me peça para escrever teu nome, tristeza,
nos intervalos que deixaram para me pertencer.
esmagado entre os calendário, há um choro.
o apalpar procurando compromissos passados
não recupera o que se perdeu, o futuro.
tristeza, não tenho tempo para ti. mas o choro...
quanta crueldade há em choro mudo
sem som e prestes a ser riscado.
tristeza, há uma hora para ti.
mas agora não é hora.
05 maio 2006
:: faluas a dois
1.
o dia em que me olhaste
como um jardineiro a sua rosa,
sorri a desabrochar
e tentei, em vão,
esconder meus espinhos.
arrumaste meu vestido,
coloriste minhas folhas,
falaste bem do meu caule,
calçaste minha raiz.
acomodaste-me em um buquê.
eu não queria ir, disse-te.
então fiz uso dos meus espinhos
e te feri a pele
- ah, quanta pele falta-nos em comum? -
e tu, gracioso, tingiste o que faltava
para meu o conhecimento do primeiro amor.
2.
o meu cabelo enroscado no teu. tua raiz na minha.
o que é respiração ou o que é minha fadiga.
se teus lábios são pétalas ou se é paixão antiga.
não sei o que é tua ou minha clorofila.
3.
se a primavera te trouxer, que triste.
porque sempre haverá um outono para reservar
lágrimas confundidas com orvalhos.
1.
o dia em que me olhaste
como um jardineiro a sua rosa,
sorri a desabrochar
e tentei, em vão,
esconder meus espinhos.
arrumaste meu vestido,
coloriste minhas folhas,
falaste bem do meu caule,
calçaste minha raiz.
acomodaste-me em um buquê.
eu não queria ir, disse-te.
então fiz uso dos meus espinhos
e te feri a pele
- ah, quanta pele falta-nos em comum? -
e tu, gracioso, tingiste o que faltava
para meu o conhecimento do primeiro amor.
2.
o meu cabelo enroscado no teu. tua raiz na minha.
o que é respiração ou o que é minha fadiga.
se teus lábios são pétalas ou se é paixão antiga.
não sei o que é tua ou minha clorofila.
3.
se a primavera te trouxer, que triste.
porque sempre haverá um outono para reservar
lágrimas confundidas com orvalhos.
03 maio 2006
:: faluas a dois
papai contava-me sobre os sólidos, os líquidos e os gasosos, sobre como as transformações não alteram os átomos, e que tipo de átomo papai gostaria de ser (um amarelo com forma de ovo).
mamãe desconfiava dos jornais da televisão e só acreditava nos programas de receita. mandou tantas cartas para as emissoras com inúmeras receitas. uma mulher procurou-me anos mais tarde para entregar uma cópia de caderno em que estavam guardadas todas as receitas enviadas. e disse-me que a produção dos programas não acreditava nelas, mas a dona do caderno, sim.
minha tia verônica nunca teve muita sorte na vida. ousou empresas que não vingaram. fez doces, panos de prato, planta de apreciação, chás, cosméticos e pneus para carrinhos de bebê. em sua última carta, tia verônica anunciava a volta triunfal dos astrolábios.
eu aprendi a desenhar copiando no papel as coisas que minha familia contava-me. desenhei átomos, receitas e empresas. minha família chama isto de talento. eu, gratidão.
papai contava-me sobre os sólidos, os líquidos e os gasosos, sobre como as transformações não alteram os átomos, e que tipo de átomo papai gostaria de ser (um amarelo com forma de ovo).
mamãe desconfiava dos jornais da televisão e só acreditava nos programas de receita. mandou tantas cartas para as emissoras com inúmeras receitas. uma mulher procurou-me anos mais tarde para entregar uma cópia de caderno em que estavam guardadas todas as receitas enviadas. e disse-me que a produção dos programas não acreditava nelas, mas a dona do caderno, sim.
minha tia verônica nunca teve muita sorte na vida. ousou empresas que não vingaram. fez doces, panos de prato, planta de apreciação, chás, cosméticos e pneus para carrinhos de bebê. em sua última carta, tia verônica anunciava a volta triunfal dos astrolábios.
eu aprendi a desenhar copiando no papel as coisas que minha familia contava-me. desenhei átomos, receitas e empresas. minha família chama isto de talento. eu, gratidão.