:: faluas a dois
1.
o dia em que me olhaste
como um jardineiro a sua rosa,
sorri a desabrochar
e tentei, em vão,
esconder meus espinhos.
arrumaste meu vestido,
coloriste minhas folhas,
falaste bem do meu caule,
calçaste minha raiz.
acomodaste-me em um buquê.
eu não queria ir, disse-te.
então fiz uso dos meus espinhos
e te feri a pele
- ah, quanta pele falta-nos em comum? -
e tu, gracioso, tingiste o que faltava
para meu o conhecimento do primeiro amor.
2.
o meu cabelo enroscado no teu. tua raiz na minha.
o que é respiração ou o que é minha fadiga.
se teus lábios são pétalas ou se é paixão antiga.
não sei o que é tua ou minha clorofila.
3.
se a primavera te trouxer, que triste.
porque sempre haverá um outono para reservar
lágrimas confundidas com orvalhos.
1.
o dia em que me olhaste
como um jardineiro a sua rosa,
sorri a desabrochar
e tentei, em vão,
esconder meus espinhos.
arrumaste meu vestido,
coloriste minhas folhas,
falaste bem do meu caule,
calçaste minha raiz.
acomodaste-me em um buquê.
eu não queria ir, disse-te.
então fiz uso dos meus espinhos
e te feri a pele
- ah, quanta pele falta-nos em comum? -
e tu, gracioso, tingiste o que faltava
para meu o conhecimento do primeiro amor.
2.
o meu cabelo enroscado no teu. tua raiz na minha.
o que é respiração ou o que é minha fadiga.
se teus lábios são pétalas ou se é paixão antiga.
não sei o que é tua ou minha clorofila.
3.
se a primavera te trouxer, que triste.
porque sempre haverá um outono para reservar
lágrimas confundidas com orvalhos.
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