a million parachutes

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27 dezembro 2003

:: livros infantis

houve um tempo em que eu estava disposto a largar tudo para me dedicar a escrever livros infantis. era a época em que muitos dos meus amigos estavam casando e tendo filhos. todos me passavam esse sentimento nobre de paternidade, de um pertencimento na ordem natural das coisas, na incondicionabilidade do fato de ser pai e/ou filho.

nunca pensei seriamente em ter um filho. uma criança para mim sempre soou muita responsabilidade e nunca me achei maduro o suficiente. mas também nunca vi nos olhos dos meus amigos a maturidade que julgava ser necessária, mas mesmo assim cumpriram e cumprem com méritos os papéis designados. eu que não sei fazer papel de homem sábio, talvez por não ser pai.

inventei essa natália brincamar. uma menina que sonha. na verdade, uma menina que não tem definido ainda a fina linha dos desejos, inventividade e o mundo real, concreto. pensei em lhe dar um saga, mas sempre me ocorria que talvez quisesse apenas um balão. então pensei na saga de um balão... livros infantis são difíceis! e abandonei esta empresa por falta de competência. os livros para as crianças devem ser sinceros, mesmo quando muito mentirosos.

essa natália brincamar diria: mas os de adultos também não deveriam? e lá fico eu com cara de bobo porque também não sei a resposta.