a million parachutes

for us

23 dezembro 2003

:: hopesong 2004

estou aqui sentando no chão, assistindo à tevê, tentando pensar no que dizer os amigos algo para que o ano novo seja bom. às vezes nos damos essas responsabilidades que é muito mais um amor de fim de ano do que vontade real e precisa de votos. de quando em quando sou pego por todo esse discurso natalino que recuso por agora pensando que poderia gastá-lo no percurso do ano que vem. também sou patético às vezes.

este ano estou bem mais sereno. foram alegrias e tristezas em medidas quase iguais. mantenho a mesma esperança, nem mais, nem menos. são raros os momentos em que a esperança é continuidade e não quebra. tenho muitos mais projetos em vista para o ano que chega, mas nem assim sou mais esperançoso. a esperança já me é própria.

foi um ano cheio de acontecimentos. pessoas que chegam, pessoas que vão. guerras, sacrifícios, mudanças de atitude. reviravoltas históricas, revoadas de velhos amores, lágrima nova de amores novos. o mundo não se tornou um lugar melhor, mas assisti a pequenas melhorias em alguns. não parti, ainda estou por aqui. com os que souberam pude conviver mais, os que esqueceram poderão lembrar. provavelmente, li muito mais blogs que livros. ouvi muito mais música que assisti a filmes. escrevi muito mais que falei. cantei muito mais que dancei. amei muito mais que apaixonei. ano que vem pode ser tudo diferente, mas não me importo.

acredito na invenção. a vida deve ser uma, não sei bem. deixo-me um pouco ser levado, paisagens e pessoas novas são matéria-prima. a invenção é uma imaginação impregnada de concretude. ela cheira, tem textura e faz mal às vezes. mas é o microcosmo das nossas próprias estrelas... aqueles que vem de olhos outros para morar no nosso coração. inventar é dar novos pesos e formatos ao coração.

a tevê diz: um ótimo ano para todos. quero dizer algo meu, mas não descubro. é algo próximo de: inventem um ano bom e estejam próximos do coração.