a million parachutes

for us

30 julho 2003

:: a invenção das estrelas suspensas

debaixo desse poste, sou mais um
poste.
decorei todas as canções da américa
e me sinto cada vez menos americano.
homem difícil, sem grito e esparso,
colecionador de verbos e estados,
vou vivendo a falta demência,
a lagrima que turva,
diplinks surdos,
gasolinas sem aditivos,
comércio de imagens sem alma,
e busca perdida da alma sem imagens.

o meu padrão de cor se mantêm com poucos desvarios,
saturo os sonhos, mas não dou ganhos.
as ruas inventanm suas próprias cores;
não há prefeituras que possam normalizá-las.
nos coletivos, somos inúmeros famintos e cansados,
ansiamos por shoppings e cinemas,
banhos e cama,
a alma e o corpo do outro
a quem ofertamos carne e mente
atravessados pela vida hipócrita.

a rua clama em suas cores. nós calamos em nosso cinza.

mais travessas e deixo de ser poste,
deixo de ser rede postes cinzas e promovo meu motim.
pinto todos de noite;
e a noite, os ônibus serão iluminados
por estrelas suspensas.