a million parachutes

for us

23 janeiro 2004



ana,

se pudesse produzir finais de outonos, talvez já pudesse adiar invernos também. sempre soube da inexistência da felicidade plena, mas a gente adia algumas coisas com a esperança de que estejam erradas. eu quase sempre estou.

quando soube que havia melhorado, um pequeno sol adiantou-se a tanta chuva que caiu por aqui. chuva brava e desalmada que alagou mais que ruas e casas. mas a enchurrada que leva tudo também leva a si mesma. e tudo volta ao normal ou pelo menos ao ponto em que podemos deslocar a realidade para que nos faça diferentes. não damos muita atenção aos tempos de bonança, não muita quando estamos serenos e libertos. e não sei nadar.

vou torcendo por você por aqui. acompanho os passos que me envia. a uma certa altura, suas palavras soarão tão familiares - se já não soam - que não será surpresa quando disser que enfim é uma pessoa feliz no sentido mais utópico do termo. aí te contarei como eu faço para finalizar outonos ou apagar estrelas.