a million parachutes

for us

18 abril 2006

:: faluas a dois

estou a fotografar para registro os meus amores.

anoto nome, endereço, número de identidade, apelido, se possui animais ou veiculo de locomoção (sempre fui dado às bicicletas), se soube me amar com ternura ou desprezo, se sabias escrever versos ou desenhar ou cantar ou fazer origamis ou socorrer a quem tivesse tido ataque de coração ou mera melancolia oriunda de uma vida aparante sem sentido. faço com letra de forma, no verso do papel, para organizar a memória e dar casa e abrigo ao desespero do esquecimento (este, se solto e desvario, apronta com nossa integridade e saúde).

mas para falar dos amores, julgá-los justos ou apenas vividos, não há como apenas fotografar. enquanto a prata queima e se fixa no papel, o meu lápis representa melhor a dimensão, sinceridade e extravagância de quem ama.

a memória é o anti-retrato 3x4.