a million parachutes

for us

29 setembro 2003

:: não pule

vou me jogando de prédios cada vez mais altos,
mais oníricos, cada vez menos carnais,
cada vez mais frios.
vou me tornando grão em atrito,
doença sendo amenizada,
palha com possibilidade de fogo,
morte inventada, vou me debruçando
no parapeito para quedas vistas.
vou me somatizando na noite absurda
contando histórias de um brasil inexistente.
o silêncio desesperador indicativo
de fim, final, cristal quebrado.
vou me jogando para cada vez mais cacos.
o medo da ausência,
volta mesma nos artifícios das liberdades,
ártifes liberdades.
vou me jogando,
no cojunto ardil
de ira e desespero
para o que se desfaz.
me desfez.