a million parachutes

for us

11 setembro 2003

:: fechado para balanço

conversei com algumas pessoas esses dias sobre esse blog. eu dizia que havia perdido alguma coisa, que os posts soavam meio difíceis e falsos. pensei que era um dos motivos para as pessoas visitarem menos. não sei bem. tive algumas críticas duras de monotemático e um pouco tedioso. com o triste já havia me acostumado. mas acho que agora é hora para dar uma pausa.

estava relendo os posts antigos, como evoluiram segundo o meu humor. gosto de ver como alguns temas chegaram a um ponto de inventividade que parece coisa de bêbado embora faça mais de um ano que não tome álcool. colunas que vão, colunas que chegam. sempre me ocorreu que esses escritos deveriam ter uma forte dose de realidade. mas sempre fui um cara de sonhos, diz a amiga do monotemático.

ando meio perdido mesmo. um pouco de falta de perspectiva. sinto que quebraram as minhas pernas. sempre tive a esperança de que com o tempo o parachutes ficasse engraçado. porque eu me lembro de uma época que eu ria de mim mesmo e com certo orgulho. mas cada dia que passa ele vai ficando mais triste e tenso. as pessoas reclamam: é muito extremo. e eu tento ficar quieto porque a única resposta que tenho é: sou assim.

quero repensar tudo que já fiz e os caminhos pelos quais optei. rever as renúncias e perceber melhor o tempo que passa. todos sugerem para viver o presente, meio sem ligar para as coisas. não consigo. não sou assim. me importo e ligo. se eu viver o presente sem ligar é como se um outro vivesse. não importa mesmo.

já comprei o manual da fuvest. vou prestar letras. não quero mais escrever por enquanto. me faz mal. quero me reencontrar com outros sonhadores. desses mortos, desses solitários, desses que não existem. quero poder olhar de novo para as pessoas e enxergar poesia. não sei se esse é o melhor caminho, mas é uma tentativa. já fizeram algo que parece que não tem nada a ver com o que você realmente quer? no final, pode dar certo. embora muita coisa indique que não.

eu realmente gostaria de ter escrito algo que pudesse expor de alguma forma o que está se passando na minha cabeça e as tempestades de meu coração. não porque quero me libertar ou porque acho bonitinho. mas porque quero dizer algo que pede para ser transbordado. sei que a literatura não é para isso. mas considero como alerta: não errem onde eu errei.

então, vou deixar o parachutes fechado para balanço. voltarei só com boas novas. pedi para a amiga do monotemático que desenvolvesse essas críticas e se ela cumprir a promessa, publico aqui. até lá, muitos muitos muitos bjs e abraços a todos que me visitam aqui. vou fazer a minha viagem e vou ter minha visão. correspondam-me por email. de quando em quando prometo responder bem.