a million parachutes

for us

27 fevereiro 2004

:: o fim do longo solo de sax

deixei minhas notas sobre a mesa. recuperei alguns arquivos, textos antigos, bilhetes e cartas até. não é um simples reunir, é o começo de um lugar.

o que sempre me amedrontou foi a solidão de se jogar a uma empresa tão infinita. vou juntar todos os cacos, refazer remendos, criar uma textura de pano novo. a solidão, sim. ficar tão só com essa massa disforme e lhe fazer companhia até seu sustento.

vou aceitar minha solidão e praticá-la em algum material. roteiro, romance, crônica, bilhete, carta... tenho que ter a coragem de aceitar que a felicidade prometida não é para mim. aceitar e seguir em frente.

vejo agora que só me resta isso. se em algum momento, a vida me enganar de novo, deixo estar. vou me acalmar e preparar este material. se quiser me amar, fique a vontade. quem sabe eu amo de volta? o coração que tenho é seu, enfim.