:: ana e seus arquivos #01
o que sei de você? quase nada. vivemos num tempo de quase tudo. temos quase tudo a nossas mãos. quase todos os desejos, quase todos os beijos, farelos, guia de compras, industrializantes formas de se fazer queijo. temos quase todas as doenças e quase todas as curas possíveis. quase todas as informações achamos na internet. mas o que sei de você?
me ocorreu, numa hora vazia dessas, ler os seus arquivos. memória teclada, rascunhos e vestigios de dias simples. e desmiuçando cada post, você ia sendo reinventada - pois invenção é a imaginação sabotando o nosso costume de realidade. soube de suas viagens e amigos; da sua falta e da solidão; da sua inclinação para o verso; cremes para a pele fresca de mulher. uma vida que embora eu soubesse da existência, não sabia como se dava. saber da existência é tão pouco, percebi. na existência não há a prática, o estar, ou pelo menos, não com a força natural de um convívio.
essas memórias eletrônicas me fizeram pensar que no mundo há muito mais do que se imagina e aglutiná-los na palavra existência é descaso.
e mesmo que eu não saiba quase nada sobre você, como em seus arquivos está dito: saber sobre você pode significar "desejar saber sobre você".
o que sei de você? quase nada. vivemos num tempo de quase tudo. temos quase tudo a nossas mãos. quase todos os desejos, quase todos os beijos, farelos, guia de compras, industrializantes formas de se fazer queijo. temos quase todas as doenças e quase todas as curas possíveis. quase todas as informações achamos na internet. mas o que sei de você?
me ocorreu, numa hora vazia dessas, ler os seus arquivos. memória teclada, rascunhos e vestigios de dias simples. e desmiuçando cada post, você ia sendo reinventada - pois invenção é a imaginação sabotando o nosso costume de realidade. soube de suas viagens e amigos; da sua falta e da solidão; da sua inclinação para o verso; cremes para a pele fresca de mulher. uma vida que embora eu soubesse da existência, não sabia como se dava. saber da existência é tão pouco, percebi. na existência não há a prática, o estar, ou pelo menos, não com a força natural de um convívio.
essas memórias eletrônicas me fizeram pensar que no mundo há muito mais do que se imagina e aglutiná-los na palavra existência é descaso.
e mesmo que eu não saiba quase nada sobre você, como em seus arquivos está dito: saber sobre você pode significar "desejar saber sobre você".
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