existe um jardim com flores azuis, vermelhas, amarelas, malhadas de mtas. o sol lhe é mto gentil e a chuva, amena. se ficar em silêncio, poderá ouvir o coração que bate. e se prestar atenção, ter calma, poderá distinguir o que é movido pelo vento e o que não é.
existe uma porta que te olha de soslaio. a principio pede: não se aproxime. mas se você ver de perto, é marca de lâminas de outros. o jardim ressente, mas se você souber que muros e grades de nada adiantam, poderá girar a leve e macia tranca e entrar.
por favor, limpe os seus pés do mundo.
há bancos para se sentar e falar sobre amenidades. o jardim teme o repetitivo, mas o ciclo da vida nunca se repete igual. diga ao jadim: somos todos os dias reiventados! e traga flores diferentes que ele agradecerá.
existe um jardim secreto, quase invisível. os olhos tímidos pedem muito pouco. a feiura dos calos, a região entre o nariz e olhos, os ombros largos. o dia já vai tarde e ele se aborrece. os pássaros construiram seus ninhos, deu tempo. o pequeno lago, pequeno espelho deformado, avisa que a lua já é alta. e todos estão serenos. o jardim triste nessa pequena solidão da noite mal sabe que velam, também secretamente os seus sentimentos que são metáforas das flores.
quando ouvir um sussurro feito voz e feito vento, diga apenas: obrigado por existir.
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