a million parachutes

for us

03 abril 2005

ana,

começo agradecendo o tempo e a disposição para me levar a passeio pelo seu rio de janeiro. no arpoador, ver o mar foi um descarrego. sinto a beneficência desse momento até agora. pode estranhar, mas quem não tem convivência com as forças das marés sabe do que falo. sinto falta do mar quando vejo o mar. durante o dia-a-dia cruel de são paulo, há outros mares que embora não substituam as águas, amenizam as brutalidades.

tentei guardar todas as boas sensações percebidas, todas as suas falas e impressões. anotei algumas coisas enquanto voltava, mas boa parte ainda reside em alguma parte da cabeça e outra tanta no coração. esses fragmentos vão ser organizados aos poucos e com a devida atenção. assim guardo o melhor dos seus detalhes que tanto me encantaram.

dos seus olhos guardo profundezas. do seu cabelo, o jeito que arrumou depois que voltou do banheiro. da fala, a segurança e a desenvoltura. guardo sorrisos, muitos. mas acho que nem percebeu que sorriu tanto assim. não sei se foi eu quem viu tantos... serão tantos? mesmo no final do dia, aos cansaços, vi sorrisos.

a importância desse encontro não sei ao certo dizer. mas me deu felicidade. desses que a gente quer comentar, mas tem pudor de parecer bobo.

quando se for para mundo, ana, deixe pistas... cascas de pistaches, versos desconexos, fantasmas estranhos, outras anas... e se precisar que te encontrem, diga apenas que o arpoador anda bonito e alikan quer passear que irei te encontrar por lá.

márcio