a million parachutes

for us

26 maio 2004

:: carolina

o último mês em que estive com carol, ela estava avoada de mim por causa da viagem. tentei passar o maior tempo possível com ela, mas ela se concentrava em suas novas atividades.

comprou uma máquina fotográfica, contava-me seu deslumbramento com lentes polarizadores e abertura 5.6 .

-- carol, quando você volta?

clique. e ia correr atrás de borboleta ou paisagem.

-- carol, você comprou meu remédio de pressão?

-- ãh?

e continuava anotando as receitas de revista ou tv. carol achava que a comida do estrangeiro podia enjoar.

-- carol, a gente está atrasado para sua festa de despedida!

-- achei a peça ! carol consertava a bicicleta numa tentativa de compreender o funcionamento. ela queria saber consertar bicicletas quando estivesse no estrangeiro.

-- há muita engenharia aqui. dizia com convicção.

no último dia, resolvi desistir de qualquer despedida mais emocionada. decidi tomar a mesma atitude que ela de não pensar nessas interrupções brutais das quais muitas nem damos conta até a saudade e a falta mudarem para nossa casa.

quando nos depedíamos, carol me entregou um envelope amarelo. nele havia fotos que ela tirou na sua aprendizagem, uma minha com ela na festa de despedida e uma outra minha com cara de aborrecido que carol tirou de minhas mãos dizendo que era dela. também havia várias receitas:

-- para sua pressão.

e uma argolinha de 2 chaves. a menor era da correntinha de bicicleta que consertara e a maior era de sua casa no estrangeiro.