a million parachutes

for us

06 maio 2004



ana,

soube que já é chegada a hora. falta muito pouco. estamos por aqui de passagem, embora nós mesmos não saibamos para onde estamos indo. é uma estrada longa ou curta? é a pessoa que é imensidão.

vou escondendo essa ou outra lágrima fudigia. o mundo não nos pertence, mas queira que a sabedoria de fazer bons usos dele não nos desapareça. jogar papel no chão, nem pensar! escrever uns versinhos despretenciosos e os oferecer. quem sabe valha mais para um outro coração que não saiba da existência?

esse tempo amalucado afeta muito o humor, mas pouco o amor e a esperança. o coração continua, poisé. acabei achando os gizes pastéis, mas agora não tenho tempo e temas para ficar desenhando. meus olhos doem às vezes. minha mão treme. minha cabeça anda avesso a boas figuras de linguagem. estou com medo de começar a ler um livro longo, apeguei-me aos contos e crônicas porque são rápidos e me deixam menos ansioso. lá fora o mundo pede, mas eu não sei o que é.

e você já está indo. talvez já tenha ido faz tempo. talvez eu tenha conversado com uma ana ausente, fantasmal. o tempo passa e já estará de volta, contando histórias e peripécias. a ana ausente é preparação para a saudade que virá. a ana ausente é encruzilhada para o presente.

volta logo!!!

márcio

p.s. alikan experimenta uma ração nova, mas não dispensa a sobremesa de mousse de limão.