:: lucky 13
eu a amava. primeiro, amava aos poucos. depois, com fervor. então, amei feito garoa. até que cheguei onde me encontro.
ela me falava de um amor perdido. eu a ouvia, sempre fui bom ouvidor. dizia que as dores passavam e que eu não devesse me preocupar e acho que nunca me preocupei mesmo. porque ela era tão orgulhosa que mesmo que eles voltassem, não duraria muito. ela é desses espíritos inquietos. eu a amava aos poucos porque sabia que não era para mim. sabe quando percebemos o tamanho do problema que deveria ser amar alguém assim? poisé.
passou o tempo, mas ela ainda o amava. passei a amá-la então com fervor. indignava-me o sofrimento que ela mesmo reservava a si. ela fazia troça, brincava com os defeitos dele. mas a qualquer fraqueza, lembrava dos bons momentos. ela vivia de bons momentos passados. sentia-se em casa assim. a cada dia que passava, meu ciúme ficava cada vez mais ferrenho. já não a ouvia mais direito s porque ela só falava dele mesmo que indiretamente. pensava: por que não olhas para mim? e um pensamento não faz alguém te olhar. afastei-me para me preservar, afinal era um jogo quase perdido. na época, pensei que ela fazia a mesma coisa.
talvez ela tenha percebido isso. voltou a me procurar, talvez quisesse um ombro. fitei-a e ofereci. não a amava mais com fervor, mas entendia a sua solidão. ela percebeu que poucos assuntos nos eram comum. que a maior parte do tempo ela tinha falado dele e agora que agora evitava me magoar, não tinha jeito para desenvolver outros assuntos. tentei algumas vezes outros temas, mas a falta de costume e as falas não ditas já tinham feito estrago. eu a amava feito garoa, porque não me incomodava mais feito chuva.
hoje voltei a falar com ela. foi eu quem perguntou sobre ele. ela se animou e voltou com o mesmo discurso de que esqueceria, que o negócio era dar tempo ao tempo. disse para não me preocupar e eu não estava preocupado. tive um pouco de piedade, porque aquilo poderia durar muito mais tempo do que sua esperança suspeitava. quis dizer boa sorte porque na hora achei que tudo era uma questão de sorte. quando o destino não nos pertence é questão de sorte.
eu queria lhe dizer que não me esquecesse. mas ela tem mais o que fazer.
eu a amava. primeiro, amava aos poucos. depois, com fervor. então, amei feito garoa. até que cheguei onde me encontro.
ela me falava de um amor perdido. eu a ouvia, sempre fui bom ouvidor. dizia que as dores passavam e que eu não devesse me preocupar e acho que nunca me preocupei mesmo. porque ela era tão orgulhosa que mesmo que eles voltassem, não duraria muito. ela é desses espíritos inquietos. eu a amava aos poucos porque sabia que não era para mim. sabe quando percebemos o tamanho do problema que deveria ser amar alguém assim? poisé.
passou o tempo, mas ela ainda o amava. passei a amá-la então com fervor. indignava-me o sofrimento que ela mesmo reservava a si. ela fazia troça, brincava com os defeitos dele. mas a qualquer fraqueza, lembrava dos bons momentos. ela vivia de bons momentos passados. sentia-se em casa assim. a cada dia que passava, meu ciúme ficava cada vez mais ferrenho. já não a ouvia mais direito s porque ela só falava dele mesmo que indiretamente. pensava: por que não olhas para mim? e um pensamento não faz alguém te olhar. afastei-me para me preservar, afinal era um jogo quase perdido. na época, pensei que ela fazia a mesma coisa.
talvez ela tenha percebido isso. voltou a me procurar, talvez quisesse um ombro. fitei-a e ofereci. não a amava mais com fervor, mas entendia a sua solidão. ela percebeu que poucos assuntos nos eram comum. que a maior parte do tempo ela tinha falado dele e agora que agora evitava me magoar, não tinha jeito para desenvolver outros assuntos. tentei algumas vezes outros temas, mas a falta de costume e as falas não ditas já tinham feito estrago. eu a amava feito garoa, porque não me incomodava mais feito chuva.
hoje voltei a falar com ela. foi eu quem perguntou sobre ele. ela se animou e voltou com o mesmo discurso de que esqueceria, que o negócio era dar tempo ao tempo. disse para não me preocupar e eu não estava preocupado. tive um pouco de piedade, porque aquilo poderia durar muito mais tempo do que sua esperança suspeitava. quis dizer boa sorte porque na hora achei que tudo era uma questão de sorte. quando o destino não nos pertence é questão de sorte.
eu queria lhe dizer que não me esquecesse. mas ela tem mais o que fazer.
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