:: estupidez
a gente vive uma época muito estúpida.
é estúpido eu ficar preocupado com uma amiga só porque ela mora em madrid. e é estúpido essa angustia que passei o dia só esperando alguém comentar se ela estava bem ou não. é estúpido mesmo.
fiquei vendo as imagens da tevê e lembrando quando assisti ao segundo avião atingir a outra torre gêmea em nova york ao vivo pela tevê egipisia. tive medo dos olhos do aeroporto. e fui fazer escala exatamente em madrid. os vôos estavam atrasados. o mundo havia parado e hoje parou de novo. mas ao contrário de dois anos e meio atrás hoje vi muito mais a sofrimento que raiva. os espanhóis sairam às ruas, em luto. não sairam espancando muçulmanos a torto e a direito. estavam tristes porque acreditam em outra coisa e essa outra coisa ficou abalada.
não sai da minha cabeça uma cena que vi na tevê enquanto esperava por notícias sobre brasileiros feridos. um jornalista brasileiro relatava por telefone o que havia visto. estava num trem que parou do lado do que explodiu. não estava entendendo o que havia acontecido. alguém gritou: foi bomba! foi bomba! estava frio. e os cortes no frio soam muito mais dolorosos. as pessoas dos prédios ao lado começaram a jogar cobertores pela janela para que as vítimas se aquecessem. foi uma chuva de cobertores!
uma chuva de afago num dia estúpido.
a gente vive uma época muito estúpida.
é estúpido eu ficar preocupado com uma amiga só porque ela mora em madrid. e é estúpido essa angustia que passei o dia só esperando alguém comentar se ela estava bem ou não. é estúpido mesmo.
fiquei vendo as imagens da tevê e lembrando quando assisti ao segundo avião atingir a outra torre gêmea em nova york ao vivo pela tevê egipisia. tive medo dos olhos do aeroporto. e fui fazer escala exatamente em madrid. os vôos estavam atrasados. o mundo havia parado e hoje parou de novo. mas ao contrário de dois anos e meio atrás hoje vi muito mais a sofrimento que raiva. os espanhóis sairam às ruas, em luto. não sairam espancando muçulmanos a torto e a direito. estavam tristes porque acreditam em outra coisa e essa outra coisa ficou abalada.
não sai da minha cabeça uma cena que vi na tevê enquanto esperava por notícias sobre brasileiros feridos. um jornalista brasileiro relatava por telefone o que havia visto. estava num trem que parou do lado do que explodiu. não estava entendendo o que havia acontecido. alguém gritou: foi bomba! foi bomba! estava frio. e os cortes no frio soam muito mais dolorosos. as pessoas dos prédios ao lado começaram a jogar cobertores pela janela para que as vítimas se aquecessem. foi uma chuva de cobertores!
uma chuva de afago num dia estúpido.
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