a million parachutes

for us

22 agosto 2003


#03

você me veio como a noite: prevísivel. esperei que se desfizesse de suas mágoas para que só então pudesse me fazer as coisas que sentia. tinha um jeito e mentalidade de quem se arrependeria o quanto antes, mas fez uso das distâncias e desfoque e eu também não liguei quando me disse que estava tão confuso quanto redemoinhos que se perdem em tanques de lavar roupa.

descansamos nossos argumentos sobre estar ou não juntos. você escreveu na palma da minha mão o futuro nosso e eu lavei e não li. tentei no toque da escrita entender, mas as sensibilidades são alteradas em horas de desespero. e meu desespero dizia respeito a estar ou não juntos. quedei, quase sem força, a conclusão de que nem tudo poderia estar perdido.

mas você foi como o dia: sorrateiro e um pouco feliz.