:: alessandra
sonhei há pouco com alessandra. vim correndo anotar sua visita antes que me escapasse mais uma vez da memória. antes que desaparecesse da minha vida e perdesse algum sentido possível.
lembro-me de seu nome com facilidade porque foi o primeiro que tive o prazer de articular em minha boca. eu não utilizava o recurso dos apelidos fáceis. sempre quis tê-la exata em minha boca: alessandra.
conheci-a no ensino fundamental. tornamo-nos amigos próximos. ela tinha um riso falho que se perdia no respirar, quase gonzo. tinha olhos ageis e dedos longos. tinha-me carinho, dividia a ana-maria recheada. mas no quarto ano, mudou-se para outra escola. a conveniência não é um conceito muito fácil para uma criança. assim como a saudade.
encontrei-a uma outra vez anos mais tarde. andava de bicicleta. passou e não me viu. os cabelos ainda eram de um negro intenso. não era mais menina, mas reconheci fácil o sorriso e quase pude ouvir sua risada tosca.
e ela se perderá nas minhas memórias. talvez nem a reconheça mais na rua. cada ano, é uma rua nova, uma cidade nova quase irreconhecível. natural que seja assim.
mas sonhos assim, para que são? alessandra está indo embora. deixou a porta aberta. a chuva recomeça e penso se estará agasalhada. mas não me lembro de nenhum agasalho seu.
sonhei há pouco com alessandra. vim correndo anotar sua visita antes que me escapasse mais uma vez da memória. antes que desaparecesse da minha vida e perdesse algum sentido possível.
lembro-me de seu nome com facilidade porque foi o primeiro que tive o prazer de articular em minha boca. eu não utilizava o recurso dos apelidos fáceis. sempre quis tê-la exata em minha boca: alessandra.
conheci-a no ensino fundamental. tornamo-nos amigos próximos. ela tinha um riso falho que se perdia no respirar, quase gonzo. tinha olhos ageis e dedos longos. tinha-me carinho, dividia a ana-maria recheada. mas no quarto ano, mudou-se para outra escola. a conveniência não é um conceito muito fácil para uma criança. assim como a saudade.
encontrei-a uma outra vez anos mais tarde. andava de bicicleta. passou e não me viu. os cabelos ainda eram de um negro intenso. não era mais menina, mas reconheci fácil o sorriso e quase pude ouvir sua risada tosca.
e ela se perderá nas minhas memórias. talvez nem a reconheça mais na rua. cada ano, é uma rua nova, uma cidade nova quase irreconhecível. natural que seja assim.
mas sonhos assim, para que são? alessandra está indo embora. deixou a porta aberta. a chuva recomeça e penso se estará agasalhada. mas não me lembro de nenhum agasalho seu.
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