a million parachutes

for us

22 março 2005

ana,

estou começando a preparar as malas. não sei se é a mesma sensação que você sente ao partir, até porque não sou eu quem parte, mas tenho a impressão de um trabalho serenamente poético. há muitos cálculos, mas nenhuma exatidão. algumas roupas, toalhas, tênis e produtos de higiene pessoal. penso em como registrarei as boas impressões, além das retinas e dos ouvidos. fotografias, anotações. mas já estou resignado que metade do que te abarca não caberá na minha falha memória.

embora seja um encontro, sinto clarinetes de despedidas. talvez seja esse seu jeito de estar sempre partindo, talvez seja esse meu jeito de encontrar deslocado. choverá? precisarei de blusas e outros aquecedores? ou fará muito calor? não arrisco a água, mas os pés na areia faz muito tempo que não os vejo. será também um reencontro, então.

tomarás o mundo novamente. e eu, a tua cidade e teus ares.

márcio

p.s. pistaches iraquianos já reservados.