a million parachutes

for us

20 dezembro 2004

:: chuvas

querida,

durante as chuvas que começam a cair em são paulo, tenho impressão de que vivo um momento em que o tempo corre mais lento. a pressão baixa um pouco e sinto mais sede. chego a querer pentear o cabelo e ler com mais cuidado o jornal. os carros nas pistas nervosas não andam. o ônibus não acompanha o fluxo das águas. o metrô está cheio e mais impessoal. alegro-me quando algum azul consegue se revelar entre as nuvens. alegro-me quando vejo luzes fugidias da sua lua. do mais, é o barulho da chuva confundindo-se com o walkman. do mais, é eu pensando nas palavras que você escreve e que me soam secretas.

a chuva vai levando os meus dias lentos. a luz do sol acelera a vida corrida. nos meus lábios, sejam secos, sejam úmidos, fica seu nome a duas ofegações de ser dito.