:: encontro
conheci uma pessoa hoje. ela ficou me encarando, chegou a ser deselegante. às vezes assoprava ou com um leve toque tirava a franja da frente dos olhos. pensei se ela reparava algo grosseiro em mim: a barba mal feita, os olhos vermelhos, o cabelo desgrenhado ou o conjunto todo. eu desvia o olhar, procurava por alguém atrás de mim que pudesse ser o alvo de sua atenção, fingia que não era comigo. um amigo comum nos apresentou. foi o primeiro sorriso, fiquei sem graça. o amigo disse que ela também prestava letras como eu. então ela falou:
-- seus olhos estão vermelhos.
disse que era a pouca noite de sono e que era comum que ficassem assim. ela sorriu de novo, disse que parecia um coelho. desta vez foi eu quem sorriu. falei que não era a primeira vez que me chamavam de coelho. e ela quis saber de mim e não se aborreceu por eu não querer saber nada sobre ela. contei a minha vida com esforço para que não soasse aborrecido. ela perguntava por detalhes, eu disse que não guardava muitos detalhes. ela ouviu com atenção. de quando em quando, tirava a franja dos olhos ou bebia sua cerveja.
perguntou-me então sobre a minha cicatriz sobre o olho esquerdo. acho que era o que ela quis ter perguntado desde o início. vi nela aquele olhar de satisfação de um projeto bem feito. eu disse a mesma história que sempre digo a quem me pergunta.
ela sorriu e achou graça. e disse que agora estava pronta para o que viesse.
conheci uma pessoa hoje. ela ficou me encarando, chegou a ser deselegante. às vezes assoprava ou com um leve toque tirava a franja da frente dos olhos. pensei se ela reparava algo grosseiro em mim: a barba mal feita, os olhos vermelhos, o cabelo desgrenhado ou o conjunto todo. eu desvia o olhar, procurava por alguém atrás de mim que pudesse ser o alvo de sua atenção, fingia que não era comigo. um amigo comum nos apresentou. foi o primeiro sorriso, fiquei sem graça. o amigo disse que ela também prestava letras como eu. então ela falou:
-- seus olhos estão vermelhos.
disse que era a pouca noite de sono e que era comum que ficassem assim. ela sorriu de novo, disse que parecia um coelho. desta vez foi eu quem sorriu. falei que não era a primeira vez que me chamavam de coelho. e ela quis saber de mim e não se aborreceu por eu não querer saber nada sobre ela. contei a minha vida com esforço para que não soasse aborrecido. ela perguntava por detalhes, eu disse que não guardava muitos detalhes. ela ouviu com atenção. de quando em quando, tirava a franja dos olhos ou bebia sua cerveja.
perguntou-me então sobre a minha cicatriz sobre o olho esquerdo. acho que era o que ela quis ter perguntado desde o início. vi nela aquele olhar de satisfação de um projeto bem feito. eu disse a mesma história que sempre digo a quem me pergunta.
ela sorriu e achou graça. e disse que agora estava pronta para o que viesse.
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