a million parachutes

for us

05 setembro 2004

:: contratempo

ela anda meio atarefada. quase não tem tempo. mas hoje em dia quem tem? ela acha que um dia arranja tempo, que o pulso fica mais leve e o rosto menos evidente de cansado. ela quer boiar no mar e receber calor do sol como se fosse armazenar energia para o resto da vida e se estiver no mar nessa situação o resto da vida só pode ser bom.

ela vai encontrar quem a mereça. alguém mais perto do coração. vai sonhar menos, vai se mexer mais. a felicidade não será apenas uma idéia boa e difícil, mas um exercício que praticará todos os dias. o corpo pede, a cabeça encanta. talvez o emprego não seja o melhor do mundo, mas vai sobrar tempo para as leituras, cinema, música e escrever.

escreverá com a pena dos fatos as experiências que o coração lhe propor. falará dos medos, chorosa mas cheia de coragem que não saberá de onde vem. e talvez não venha de nenhum lugar específico. tocará piano, preparará geléias, cuidará das raízes das flores, rabiscará o céu.

mas hoje não dá mais tempo. ela precisa dormir um pouco. os sonhos ela deixa para o sono de amanhã.