a million parachutes

for us

19 abril 2004

:: terceira pessoa do singular

nas dramaturgias da vida sempre penso no papel que tem a terceira pessoa. normalmente é sempre um vilão e se não for é apenas um coadjuvante. quando ouço as lamentações sobre amores perdidos, penso por que essa terceira pessoa não pode ser encontrada. temos o mito do insubistituível em nossas veias. na certa, nada substituí um grande amor. mas talvez seja o caso de repensar no conceito de grande amor.

conheci três ou quatro pessoas em toda minha vida que estavam realmente abertas a terceiras pessoas. digo isso porque não há passado amoroso que seja esquecido fácil, mas elas estavam atentadas a si e ao mundo. não estavam ansiosas, suas esperanças vinham da idéia de que a vida era muito mais que amar descabidamente: era a possibilidade de ser terceira pessoa também.

lembro-me de antônia que amava tanto josué que desistiu dele e foi para o mundo. conheceu alguém por lá e nunca mais voltou. nunca traiu o amor. e de terceira passou a primeira pessoa.