a million parachutes

for us

01 abril 2004

:: lana

hoje tenho certeza que não morrerei.
e se morrer, não sentirei dor.
talvez só uma dor instantanea, como pontada de agulha.
e eu saberei que os sonhos são a realidade
e a realidade só um mal estar de estômago.
no final da estrada terá um prêmio para os bons e justos
e vou aplaudí-los sem a mesquinharia
que se tem quando se é o segundo lugar.
vou reservar algumas estrelas do céu,
só para ter a impressão de que poderia tê-las.
vou dormir bem a noite
e aproveitar bem o dia.
vou tentar aprender a arte do versos
como arte suprema da palavra
e não esta historiografia
cheia de hiatos e pecados dadaístas.
terei sinteses, sim.
na minha certeza de que não morrerei
serei o mais sintético.
e se me der licença,
vou abrir um fio de alas
e desfilar minha imortalidade
da qual o orgulho é suspeito.