a million parachutes

for us

09 fevereiro 2004

:: poderia ser prosa

compor um quadro do formato da janela,
giz de cera e aquarela. o formato da gota,
a estrutura da gota, um fio de água.
o que será que ela está pensando?
certamente, deve se ocupar com algo,
a tempestade só lhe aborreceria.

hidrocor. livros abertos em páginas alheias
a qualquer tipo de amostragem ou tendência.
terminar o site... devo contar a ela?
digo que lhe devo uma vida menos aborrecida?
a pequena guerra sonora no telhado,
alguns acordes no violão,
interferência nas ondas de transmissão
empobrecem a imagem da minha tv...
ela estará assistindo ao mesmo programa?
segunda-feira, domingo... trovões, relâmpagos.
verões inteiros para se pensar nela,
e ela nem sabe, ou finge que não sabe.

bacias para suspender as gotas que caem dos telhados,
chamo de desejo as vestes que ela usava
quando nos encontramos pela última vez.
quedo pela fraqueza mais compacta:
o de ter medo de levar choque em dias de tempestades.

xadrez. videogame. filmes e “o mundo anda tão complicado”.
mastigo o aborrecido pensamento de ter uma vida simples,
uma rotina de falta de empreendimentos e certeza do dia seguinte.
o dia seguinte é a falta de tempestades.
uma lâmpada queimou... devo acender velas?
certamente, o cheiro de parafina deixará mais atrativas
estas palavras que considero apenas uma diversão.

lista de compras. aniversariantes do mês. ela faz aniversário este mês.
o jeito é esperar que a chuva pare para comprar presentes.