a million parachutes

for us

16 julho 2003

:: for liza

há muito do que se arrepender, do que se magoar e se entristecer nessa vida. sempre há dores nos envolvendo em épocas e níveis diferentes. usamos a memória como contrapeso para fatalidades. quando caminho, a cidade sempre me envolve em seu céu memorial. sinto o calor do sol que me dá contraste de como anda frio o meu coração. sinto frio o que acentua algumas dores. a vida é um sobreviver muitas vezes.

mas outras vezes, não.

há surpresas boas nesta vida. a liza é uma delas. as dificuldades da vida moderna conspiravam para que não nos conhecessemos. quantas pessoas que nos fariam bem não chegamos a ouvir falar por pressa, compromissos, orgulhos bobos e preconceitos? desencontros são a coisa mais comum. desencontros espaciais e temporais são a concretude de possibilidades, potências que deixam de acontecer.

mas ela me encontrou, veja só.

e desde então me desloquei. percebi que mesmo que esteja tudo perdido, sou eu quem deixará este "tudo" perdido. me entregarei porque é minha escolha. as feridas cicatrizam quando estão ao léo e não quando o projegemos com band-aid. é um risco. o vento desse céu memorial pode trazer algum vírus para minha ferida exposta. mas também pode trazer o oxigênio necessário para criar a cicatrização.

agradeço, de coração, todo o aprendizado. é parte de minha humilde vida. talvez não seja muito para ti, mas é muito para mim. gostaria que soubesse.

feliz aniversário. muitas felicidades. não se embruteça e força sempre. te amo.

marcio

p.s. tenho muito mais para escrever mas minha mão dói. compensarei futuramente.