a million parachutes

for us

24 dezembro 2006

:: mensagem aos cometas

já faz alguns anos que reservo algumas horas do fim de ano para escrever estas palavras para vocês. em alguns anos me foi bastante fácil, em outros tive dificuldades de encontrar palavras. cada ano que passa tenho impressão de que minha lista de destinários diminui, mesmo tendo a certeza de estar colocando novos nomes. não vou parar e contar.

ano passado tive uma impressão boa da passagem de ano. neste tenho uma impressão de incompletude... talvez as nossas vidas, a cada ano que atravessa, começa a conviver com tempos diferentes. hoje os projetos pessoais tem durabilidade variada: desde do encontro de sexta a noite até os longos escritos que podem durar anos. acho que estou aprendendo a conviver com essa idéia.

sei que a passagem de ano traz muitos significados. muitas delas eu ignoro pelo ideário de não deixar as coisas para depois. mas como muitos, dou crédito a este mecanismo de renovação da esperança.

não faço mais promessas ou planos de ano novo porque simplesmente eu não os lembro depois. fico sem saber se os cumpri com competência. melhor então pensar nas coisas boas que consigo lembrar.

e nestas paradas temporais também reservo um tempo para pensar nas pessoas que me são muito boas. as pessoas para quem tento ser. as pessoas que perderam ou ganharam significado. para onde meu universo anda inclinado.

já me disseram que ando muito sereno. penso se é uma tendência ou um caminho trilhado. acho que procurei, sem me dar conta, um modo de observar o mundo e ao mesmo tempo fazer parte dele. a ciência e o coração me ajudam em proporções justas.

não vou falar do meu desejo de que as coisas ocorram bem no ano que chega. aqui farei uma homenagem a todos os esforços, tentativas e conquistas. à índole maltratada, mas ainda convicta. ao bom humor. aos analgésicos da alma. à subversão criativa. à fidelidade a si mesmo.

aos amigos e seus temperos, a minha gratidão.