:: flores amarelas
no telefone, uma voz doce e modular quer me vender um seguro de vida. fala-me de preços, vantagens e a quem posso favorecer caso algum mal me ocorra.
sim, falamos de morte. mas penso na praticidade que pode ajudar a alentar quem me ama.
digo então que procurarei o gerente do meu banco para maiores detalhes e se for o caso, a compra daquele seguro.
a voz então começa-me a falar que infelizmente o mundo é muito vil. cita alguns exemplos do noticiário. levanta inúmeras hipóteses das várias formas que se pode morrer.
inquieto-me. digo que até um momento antes sua argumentação era muito boa e pensava seriamente em comprar o produto. mas a partir do meu desejo de pensar sobre o assunto, ela se utilizou do medo.
depois de uma longa discussão acerca da ética em se usar tal artíficio -- o medo --, desligo o telefone, aflito.
penso no exército invisível que está por aí, vendendo o medo.
em meu tumúlo não quero as flores amareladas pelo medo. quero girassóis.
no telefone, uma voz doce e modular quer me vender um seguro de vida. fala-me de preços, vantagens e a quem posso favorecer caso algum mal me ocorra.
sim, falamos de morte. mas penso na praticidade que pode ajudar a alentar quem me ama.
digo então que procurarei o gerente do meu banco para maiores detalhes e se for o caso, a compra daquele seguro.
a voz então começa-me a falar que infelizmente o mundo é muito vil. cita alguns exemplos do noticiário. levanta inúmeras hipóteses das várias formas que se pode morrer.
inquieto-me. digo que até um momento antes sua argumentação era muito boa e pensava seriamente em comprar o produto. mas a partir do meu desejo de pensar sobre o assunto, ela se utilizou do medo.
depois de uma longa discussão acerca da ética em se usar tal artíficio -- o medo --, desligo o telefone, aflito.
penso no exército invisível que está por aí, vendendo o medo.
em meu tumúlo não quero as flores amareladas pelo medo. quero girassóis.
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