a million parachutes

for us

19 setembro 2005

:: de cama

[ escrevo errado. são tristes os meus passos. eu acho que posso, mas é tudo esperança vaga. assopro o trompete, dedilho o violão. o que faço não é música, é som tentativa. sou todo projeto. algo que podia acontecer. coisa de papel com vocabulário sonso. vaso que não tem o tamanho da terra mas acolhe bem as goteiras. os meus dedos são curtos, não chegam. o meu cabelo é tosco, não diz. conheço de tudo, um pouco, muito pouco. quase nada. meu verso não é demônio, nem é enfrentamento. é lamento, resignação. luta perdida. alguém que não nasceu. alguém que já foi e ninguém percebeu. não há quem me queira o verso. sou uma pessoa que valoriza o bom. apenas isso. e que há virturde nisso, há sim. mas quem precisa de virturde quando o mundo é paíxão e representação? vou dormir. um sono longo. com poucos sonhos. e viver a vida como se deve. como se a vida nos devesse algo.]