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Eu não quero mudar o mundo.
Não tenho tempo para isso.
Quem quer mudar o lugar do mundo actua como quem muda o lugar de um móvel:
Empurra primeiro para um lado,
foi força demais,
empurra então para o outro lado,
agora com força de menos,
depois mais um pequeno toque para lá
e um ainda mais pequeno toque para lá,
e agora sim: o móvel está no lugar.
Depois abrimos o móvel e vemos que os copos que estavam lá dentro se encontram todos partidos.
Estão a ver?
Os copos todos partidos.
Que aborrecimento.
Não nos lembrámos da fragilidade do vidro.
Eu não quero mudar o mundo.
Não tenho tempo para isso.
Quem quer mudar o lugar do mundo actua como quem muda o lugar de um móvel:
Empurra primeiro para um lado,
foi força demais,
empurra então para o outro lado,
agora com força de menos,
depois mais um pequeno toque para lá
e um ainda mais pequeno toque para lá,
e agora sim: o móvel está no lugar.
Depois abrimos o móvel e vemos que os copos que estavam lá dentro se encontram todos partidos.
Estão a ver?
Os copos todos partidos.
Que aborrecimento.
Não nos lembrámos da fragilidade do vidro.
Gonçalo M. Tavares
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