:: losangofones #01
estava tocando um flaming lips novo, achei estranho. normalmente, a galera curte as coisas antigas dos caras porque tem mais guitarra distrocida e uma batera mais pesada. uns 3 gatos pingados foram para o meio da pista inventar um jeito de dançar aquela música cheio de barulhinhos eletrônicos. o resto aproveitou o break para encher o copo e a cara, dar uns agarros nos campanheiros no banheiro ou tentar arranjar algum e fumar perto das mínusculas janelas no fim de um corredor sinistro.
olhei pa a o d.j. e era uma mina. não saquei na hora que era ela o dj, não tinha jeito de quem se expõe facilmente gostos musicais. cabelinho curto, um pescoço lindo e roupas com cores até neutras dentro da saturação comum da casa. ela me encarou por alguns segundos e voltou para o seu trabalho. saquei que era ela quem mandava nas pickups quando colocou os fones de ouvido. fui pegar alguma bebida, necessariamente eu passei perto dela. na volta, cheguei perto e sorri. nem curto muito a área perto dos d.j.´s porque tem sempre alguém bajulando ou pedindo alguma música básica. mas continuei ali. a música terminou e ela já engatou um le tigre para a galera voltar a pista. percebi que ela nem ficou tão feliz.
-- já ouviu o "yoshimi" em 5.1? perguntei.
-- não ouvi. mas dizem que é ducaralho. você ouviu?
-- nem. nem tenho aparelhagem para ouvir uma coisa dessas. me contento na boa com o disco estéreo.
-- a história desse disco é mto boa...
-- posso te pagar uma bebida? fala mais.
passamos a noite falando de música. ela contou sobre suas peripécias como guitarrista e o monte de merda que deu na vida por causa disso. teve que arranjar um trampo nada a vê de telemarketing e mantinha o tesão pela música sendo d.j.
já estávamos na quarta dose de vodka, breacos para caralho, quando ela me perguntou se estava com alguém. respondi que não porque era um desses dias em que saía para a balada só para curtir uma música e as pessoas.
-- quer ir para casa ouvir um chet baker?
-- chet baker é foda. mas tenho que trampar amanhã.
-- te gravo o meu set list de hoje.
naquela altura do campeonato me pareceu um bom negócio. fazia tempo que nenhuma mina pagava para mim. nem pensei se ela tinha boas ou más intenções. tava a fim de ouvir música e talvez beber umas brejas malzebier. acabei indo. nunca ganhei um set list na vida.
estava tocando um flaming lips novo, achei estranho. normalmente, a galera curte as coisas antigas dos caras porque tem mais guitarra distrocida e uma batera mais pesada. uns 3 gatos pingados foram para o meio da pista inventar um jeito de dançar aquela música cheio de barulhinhos eletrônicos. o resto aproveitou o break para encher o copo e a cara, dar uns agarros nos campanheiros no banheiro ou tentar arranjar algum e fumar perto das mínusculas janelas no fim de um corredor sinistro.
olhei pa a o d.j. e era uma mina. não saquei na hora que era ela o dj, não tinha jeito de quem se expõe facilmente gostos musicais. cabelinho curto, um pescoço lindo e roupas com cores até neutras dentro da saturação comum da casa. ela me encarou por alguns segundos e voltou para o seu trabalho. saquei que era ela quem mandava nas pickups quando colocou os fones de ouvido. fui pegar alguma bebida, necessariamente eu passei perto dela. na volta, cheguei perto e sorri. nem curto muito a área perto dos d.j.´s porque tem sempre alguém bajulando ou pedindo alguma música básica. mas continuei ali. a música terminou e ela já engatou um le tigre para a galera voltar a pista. percebi que ela nem ficou tão feliz.
-- já ouviu o "yoshimi" em 5.1? perguntei.
-- não ouvi. mas dizem que é ducaralho. você ouviu?
-- nem. nem tenho aparelhagem para ouvir uma coisa dessas. me contento na boa com o disco estéreo.
-- a história desse disco é mto boa...
-- posso te pagar uma bebida? fala mais.
passamos a noite falando de música. ela contou sobre suas peripécias como guitarrista e o monte de merda que deu na vida por causa disso. teve que arranjar um trampo nada a vê de telemarketing e mantinha o tesão pela música sendo d.j.
já estávamos na quarta dose de vodka, breacos para caralho, quando ela me perguntou se estava com alguém. respondi que não porque era um desses dias em que saía para a balada só para curtir uma música e as pessoas.
-- quer ir para casa ouvir um chet baker?
-- chet baker é foda. mas tenho que trampar amanhã.
-- te gravo o meu set list de hoje.
naquela altura do campeonato me pareceu um bom negócio. fazia tempo que nenhuma mina pagava para mim. nem pensei se ela tinha boas ou más intenções. tava a fim de ouvir música e talvez beber umas brejas malzebier. acabei indo. nunca ganhei um set list na vida.
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