a million parachutes

for us

04 outubro 2004

ana,

recebi suas cartas e com atraso injustificável, respondo tentando amenizar as saudades que espreitam por aqui. pelas cartas, pude perceber que o coração anda sereno e muito avesso aos momentos de angúsitas pré-viagem. a primeira carta falava como se fosse encontro e na segunda senti também o gosto da saudade da casa ou do sentimento de casa ou qualquer coisa assim.

nesse meio tempo, imagino que tenha muitas histórias para contar. eu tenho cá as minhas, mas as suas tem a tensão da tradução. outras línguas e outros jeitos de pensar. ando pensando em ir embora também, até a casa pede uma interrupção. as europas ou as asias tem me dado curiosidade. não quero o mar, não quero mais. quero ser pego por ventania em terra firme mesmo. talvez aprender a cultivar o tal jardim de metáforas. ficamos mais velhos e percebemos o quanto deixamos de aprender. e há quem diga que isso também é aprendizado.

tinha organizado um tour pelo brasil em minhas férias. mas por enquanto ficou sem sentido. talvez passe pelo rio de janeiro para visitar alguns amigos. vai depender de dinheiro e coração.

avise-me dos seus horários. das coisas que passam pela cabeça e o que deixou de ser desconexo e o que não.

márcio