a million parachutes

for us

24 julho 2004

:: resfriado...

seus pés estavam doendo. ficou acordada a noite inteira, ora deitada na cama, ora andando pela cozinha. seu amigo estava doente, nada grave, mas ocorreu que a ele faltava mais que uma saúde e bons ares. deixou fita nova na secretária eletrônica e um código secreto na mensagem de saudação: um trilha ao fundo desejando às estrelas que lhe dêem algum amor, não qualquer tipo de amor. e uma prece para que a vida agitada não deixasse o coração cair na tristeza e na loucura.

para a dor nos pés: um pouco de sal e água quente. para seu amigo: um cartão. ele ainda não havia ligado, mas ela recebeu por fax as receitas médicas e cópia de uma passagem para a casa dela.

ela arrumou o sofá e comprou algumas flores. quando ele chegou, estava magro e com olheiras. comeram macarrão e de noite repartiram a mesma bacia de água quente e sal. os pés entrelaçaram aos poucos.

e depois de alguns dias, quando ele disse que já era hora de ir embora, ela lhe deu um cd em que gravara as mensagens que ela não teve coragem de deixar na secretária dele. e disse também que se ele adoecesse de novo, poderia vir visitá-la.

então ele sorriu com certa desaprovação. deu-lhe um leve beijo na testa e disse que ela não era remédio, era uma paz no coração dele que se ele não cuidasse, adoeceria.