a million parachutes

for us

29 novembro 2003

:: we never change

nós sempre tentamos ser pessoas melhores. superar dificuldades e contruir futuros de lego. sempre mantemos o bom humor que achamos que são próprios. são sempre os mesmos dedos e braços e percepção do acaso. reclamos de quem nos aborrece e sonhamos com quem não nos ama. é sempre uma tentativa de mudança, promessa de final de ano. mas nos reconhecemos nos mesmos erros.

persistimos nos nossos amores. teimamos em acreditar no jeito de ser nós mesmos. se uma pedra nos dificulta o caminho, analisamos a pedra, descobrimos cor, formato e gosto. calculamos trajetória, inclinação, coeficiente de destruição. mas não chutamos. deslocamos um pouco, pensando que nos atrapalhará menos. e é assim. seguramos o choro ou choramos demais. assistimos a filmes para desacreditar da vida. lemos livros que não nos diz respeito. ouvimos canções sombrias para nossos corações sombrios com a pouca consciência de que elas podem deixá-los mais sombrios. e chamamos de belo o que nos convém.

e ainda há esses que trazem esperança. otimismo de barbarie. e há os que não acreditam na felicidade e há os que não sabem o que é felicidade. e há os que sabem por outros o que é felicidade.

não sou o que estou contido. eu sou o que me sobra. eu sou o que me falta.