a million parachutes

for us

18 junho 2003

:: carta

cara luiza,

pensei em escrever uma carta recontando como nos conhecemos ou como nos apegamos. história que já foi dita e ouvida e que por mais que seja querida, quase não teria invenção. talvez daqui a alguns anos posso recontá-la com maestria de cronista, mas hoje me falta experiência e talento.

hoje vou nos reinventar. fazer de conta que a vida é menos exigente e apressada. vento na cara e mão que se sente. hoje não terá dor, cólicas, pequenos sangramentos. a vida vai pedir calma, mais tempo para seus e preparação para a noite. sim, luiza, hoje vou inventar uma noite com música e letra de cortar o coração. vozes profanas, desesperadas de gritos ou contidas feito lágrima. talvez sua coluna aqui nunca mais volte, mas hoje esse blog é sua coluna. vou vesti-la com cores e cheiros e não se arrependerá do tamanho dos cabelos. sapatos vasculares e danças em disritmia.

hoje arquiteto lua e sol concomitantes e estrelas polares. oração de querer bem. filhos, talvez dois.

deixo para os outros recontarem com detalhes e requintes a história que começamos. hoje construo, reelaboro, invento. só não invento esse amor que me faz inventar.