:: baby moon
ela saiu correndo para o banheiro e começou a vomitar. entre uma náusea e outra, ela tentava se recompor falando sobre amenidades. vai dar merda esse lance do bush. todo mundo está sabendo que o cara mentiu e mesmo assim o cara está aí. o blair é um sucker. a toalha do banheiro já estava manchada das vezes que ela tentou se limpar. escovava muitas vezes os dentes e passava desodorante aerosol. ela prendia o cabelo com uns grampos de vó. é pouco cabelo e curto. continuamos a conversar, enquanto ela se via no espelho. na verdade ela não via os detalhes do rosto: rimel, olheiras, sobrancelha torta, perfidia de um sorriso, bochechas saudáveis.
ela sabia que eu sabia. queria tocar em sua barriga e agir como se fosse verdade. mas o fato de eu não saber -- e descobrir aos poucos -- a agradava. olhei para o seu apartamento que não é grande e que provavelmente será abandonado por um maior assim que puder. eu já estava vendo cores diferentes no quarto e na dispensa. a sala estava inerte. não se sabia coisa alguma de quem está prestes a chegar.
uma criança chorava na rua. por um momento ela parou de falar. pensei que talvez fosse minha vez de começar algum assunto. mas ela foi até a janela e procurou. e foi o único sinal de uma procura sincera dentro de seus discursos e falas e vômitos. ela ameçou fechar a janela, dizia que estava sensível a mudanças bruscas de luminosidade. mas deixou aberta. e levando a toalha suja para o tanquinho me perguntou como foi o meu dia, ou melhor: a lua minha.
ela saiu correndo para o banheiro e começou a vomitar. entre uma náusea e outra, ela tentava se recompor falando sobre amenidades. vai dar merda esse lance do bush. todo mundo está sabendo que o cara mentiu e mesmo assim o cara está aí. o blair é um sucker. a toalha do banheiro já estava manchada das vezes que ela tentou se limpar. escovava muitas vezes os dentes e passava desodorante aerosol. ela prendia o cabelo com uns grampos de vó. é pouco cabelo e curto. continuamos a conversar, enquanto ela se via no espelho. na verdade ela não via os detalhes do rosto: rimel, olheiras, sobrancelha torta, perfidia de um sorriso, bochechas saudáveis.
ela sabia que eu sabia. queria tocar em sua barriga e agir como se fosse verdade. mas o fato de eu não saber -- e descobrir aos poucos -- a agradava. olhei para o seu apartamento que não é grande e que provavelmente será abandonado por um maior assim que puder. eu já estava vendo cores diferentes no quarto e na dispensa. a sala estava inerte. não se sabia coisa alguma de quem está prestes a chegar.
uma criança chorava na rua. por um momento ela parou de falar. pensei que talvez fosse minha vez de começar algum assunto. mas ela foi até a janela e procurou. e foi o único sinal de uma procura sincera dentro de seus discursos e falas e vômitos. ela ameçou fechar a janela, dizia que estava sensível a mudanças bruscas de luminosidade. mas deixou aberta. e levando a toalha suja para o tanquinho me perguntou como foi o meu dia, ou melhor: a lua minha.
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