a million parachutes

for us

27 fevereiro 2006

:: a odalisca e o pirata

quando o carnaval chegar
eu me visto de você.
canto e bebo a noite inteira,
danço para ele ver.

eu me visto de você!

quando o carnaval chegar
eu te tranco no porão.
pego a lua, vou-me embora
me misturo à multidão.

eu te tranco no porão!

quando o carnaval chegar, eu me visto de você!

(luisa mandou um beijo)

26 fevereiro 2006

:: parachutes.tv _ poemarmelo#02

:: carnaval

este carnaval só me mostra o quão arlequim, pierrot e columbina nos tornamos.
:: love love love

e começar tudo de novo.

23 fevereiro 2006

:: pétala

pétala é a camisola
que boia sobre a cama.
é o lábio que abre e molha
o jardim novo de quem se ama.

22 fevereiro 2006

:: 34

em seu aniversário, marília nos supreendeu com os cabelos muito curtos.

-- cadê os cachos? parece penteado de velho!

-- quando se chega a certo momento da vida, não queremos mais que nos enrolem a cabeça... e nem o cabelo.
:: barbara

fazer com que as pontas dos dedos de soares interpretassem o mundo foi a obra-prima de barbara.
:: helena

eu nunca soube dar um exemplo bom de languidez porque sempre desconfiei do seu significado -- existem palavras que são agentes da cia infiltrados até no caminho do nosso pão. até que conheci os olhos de helena e vi como os encobriam os cabelos vermelhos.
:: precisa-se

preciso de alguém que desconfie do meu desprezo
e que ache graça da minha mágoa.

21 fevereiro 2006

:: dos questionamentos de bermuda e chinelão

para que serve um banco?

20 fevereiro 2006

:: secular

não me lembro mais o que é estar apaixonado.
ou a paixão não me diz respeito mais
ou se tornou tão notório que não percebo.

não é o mundo que cabe no peito.
é o peito sendo dilacerado pelas quinas do mundo.

17 fevereiro 2006

:: parachutes.tv _ poemarmelo.01

16 fevereiro 2006

:: parachutes.tv _ gaggin order

:: positivo/negativo

porque pode ser que você me ame um pouco. algo como um resíduo. não é uma coisa que sugira mudanças. talvez nem manutenção. mas é algo pequeno e imperceptível. como mancha na pele que o comercial de cremes na tevê afirma com tranqüilidade que é possível ser retirado. é possível até ser retardado. você me ama muito pouco e com adiamento. é assim que me ama. porque agora não é provável e nem é preciso que me ame. falar que gosta bastante é o suficiente para que se mantenha um bom contato até que a manche incomode.

ou talvez você queira me amar tanto, mas não consegue. e aí esconde muito mal para si mesma os meus defeitos. acaba os descobrindo com facilidade que talvez se conveça que tenha sido óbvio demais. tão demais que é um sinal para não me amar. dizem os mais velhos que complicação demais não é bom. mas complicar é uma forma bastante eficaz de desacreditar na razão e aceitar as paixões por ser a última saída. assim como chamar mancha na pele de tatuagem.

ou talvez você me ame demais. a ponto de não achar possível que possa haver tanto amor assim concentrado e fluente. e tenha medo de que acabe, de que dilua, de que transforme e de que deixe de ser amor para ser outra coisa além. mas não coisa além do amor. inventaram amor para denominar todas as coisas, circunstâncias, condições e sentimentos que vão além. para ser amor, tem que ser além de alguma coisa. por isso que pouco não soa amor.

mas apesar de tudo isso, você não consegue explicar como o amor se perpetua através do que é claro, do que é escuro e do que é cinza. e ao invés de fazer uma tatuagem, você prefere dizer que eu sou a tatuagem que fugiu da sua pele. e que eu desboto e preciso de reparos, poucos.
:: flores amarelas

no telefone, uma voz doce e modular quer me vender um seguro de vida. fala-me de preços, vantagens e a quem posso favorecer caso algum mal me ocorra.

sim, falamos de morte. mas penso na praticidade que pode ajudar a alentar quem me ama.

digo então que procurarei o gerente do meu banco para maiores detalhes e se for o caso, a compra daquele seguro.

a voz então começa-me a falar que infelizmente o mundo é muito vil. cita alguns exemplos do noticiário. levanta inúmeras hipóteses das várias formas que se pode morrer.

inquieto-me. digo que até um momento antes sua argumentação era muito boa e pensava seriamente em comprar o produto. mas a partir do meu desejo de pensar sobre o assunto, ela se utilizou do medo.

depois de uma longa discussão acerca da ética em se usar tal artíficio -- o medo --, desligo o telefone, aflito.

penso no exército invisível que está por aí, vendendo o medo.

em meu tumúlo não quero as flores amareladas pelo medo. quero girassóis.
:: parachutes.tv _ retrato de navio

15 fevereiro 2006

:: parachutes.tv _ painkillers

12 fevereiro 2006

:: parachutes.tv _ what bruna did

:: parachutes.tv _ terezas que voam se perdem no céu

:: parachutes.tv _ solitude


:: linha

sobre a palma da minha mão esquerda há uma linha crespuscular.
não me aponta o norte;
não me aponta o sul.
avança sobre meu braço, ombro,
atravessa meu coração torto
- e não desentorta -
o estômago, bacia, o fêmur
e saí pelo meu calcanhar direito
para se confundir
nas rachaduras do concreto quente.

a cidade se aproveita dos meus desejos, a palma de minha mão,
e me simula em prédios, praças, o céu.
e já não sei o que sou eu ou o que é a cidade.

mas o crepúsculo não sou eu.

55

:: tsuru.55

:: parachutes.tv _ the sunset blues

10 fevereiro 2006

:: tsuru.54

escrever um verso é dobrar papel.
de repente o papel desvia-se
para outro ângulo e
sobre si mesmo.
esconde,
desenha,
curva-se,
escreve.
e faz um pássaro.
e escreve que voa.
e voa.

deixei que a dobra da asa
tivesse o seu nome.
e quão arqueado ficou
o seu nome.

e no ar,
muitos pássaros
ruflam uma antologia.

03 fevereiro 2006

:: legislação

eu me empresto a você
faça uso capião.
:: ballet

quando os joelhos encostarem no chão,
faltará meio caminho para que a barriga
também esteja.
mas
quando a barriga estiver,
faltará bem menos para que o pescoço
descanse da cabeça.

02 fevereiro 2006

:: pergunta

pq vc não comenta?

01 fevereiro 2006

:: objetos pontiagudos

não me interessa falar da natureza humana.
me aborrece a psiquê das profundidades da alma.

eu gosto de falar de objetos.

ambulância que chega ou vai.
do livro esquecido, da caneta usada.
cd´s, facas, chaves, papel de embrulho.
das placas de som, câmeras, meteorito.

laço de cabelo, cabelo, nuca,
paraquedas, quarto branco,
chinelos, óculos.

os objetos mudam seu propósito.
a alma não se deixa despertencer.

:: tsuru.53

psiu! vc é mto dispare!
:: alguém chamado maçã

nela,
há meio pomo que faz pulmão
e outro meio que faz aurícula.
mas o todo é sempre mais
que a soma.
:: tsuru.52

é possível, acordado, sonhar a realidade?
:: parachutes.zine.03

galera, devido a um problema financeiro (to meio quebrado esse mês), a edição 03 do zine atrasará um pouco. mas não falhará !
:: tsuru.51

vem tomá água que passarinho não bébi
para virar passarinho também.