a million parachutes

for us

29 outubro 2003

:: para os dias nublados
(para luiza)

hoje fez nuvens, tantas nuvens, as mais opacas. tive vontade de faltar de existir. de desaparecer, de fazer desaparecer dores. hoje senti vontade de chorar sem motivos. vontade de não ter motivos. vontade de ter pouca vontade. se deixar inflar, esvair tanto amor que há. dissipar feito nuvem em tempos de tempestades. furioso, faço calma. fazer cabelo picados em cabeças amigas. dar ares novos em rostos aborrecidos. hoje fez nuvens e nem pude pensar nos cabelos picados que desejo para os amigos.

e teimo, por coisa heróica, deixar o guarda-chuva em casa. tomar chuva. correr o risco de ficar resfriado, como se fosse correr o risco de viver mesmo. ou levar o guarda-chuva já com meia certeza que não há qualquer coisa que o faça ficar aberto em tempos de tempestades. racionalidade: a chuva pode vir de lado, de todos os lados. deve ser assim a vida: todos os lados.

hoje fez nuvens, me fez lágrimas. senti um desespero aterrador. de ficar em casa. de não arriscar uma chuva. de não lembrar do guarda-chuva. de não pensar nos cabelos picados. de ignorar ares novos. como se as nuvens fossem as culpadas.

28 outubro 2003

:: uma música _ summertime

só essa música me faz esquecer que a próxima estação é o brás, que é preciso encontrar um lugar estratégico dentro do vagão para não ser engolido pela massa que já entra furiosa pelo descaso do transporte público. só essa música me faz crer que há maneiras de olhar coisas belas, muitas e diferentes. uma música de ver.

só essa música me parece uma trilha sonora para uma vida tão silenciosa.
:: se há

e se há poesia nisso, que haja o suficiente para que a mensagem não se perca. que o mundo construído desmorone com o tempo, não com as nossas viciosas e furiosas mãos. o que eu quero te dizer é que penso em você deveras. ouço discos, gravo fitas, planejo receitas, arquiteto cenas cheios de plots dramáticos, escrevo no meu caderno de anotações o quanto está aqui dentro das temporas, sob a cutis, impregnada no cabelo, entre os dedos, vc fica escondida nessa região esquisita entre o nariz e os olhos e quando me olho no espelho, você foge para aquele vale debaixo do pescoço que deve ter um nome médico temeroso, mas que se inventássemos seria muito mais bonito.

e se não há como mudar muita coisa agora, que tenha esperança suficiente para suportar até que tempos bons venham. conservo certa convicção que os amigos acham tola. admito que todos eles tem razão. que é realmente ridículo permanecer nesse estado, dizendo coisas de esperança se eu mesmo não pratico a boa esperança. os sonhos vão se diluindo enquanto os seriados caminham para novas e últimas temporadas.

os amigos comunicam que estão se mudando. ou estão longe, ou mudaram, ou as duas coisas. tem pernas diferentes, tem raciocínios mais rápido, sonham coisas de verdade e pagam muitas das suas próprias contas. em cada voz ouço um pouco da sua. aquela palpitação quando pergunto se estão bem. não sei porque muitos hesitam em responder a coisa padrão, querem ser sinceros comigo, dizer coisas que lhe faltam sentido. e nem me preocupo em lhes dizer o que me faz falta.

e se há alguma falta, que haja o suficiente para que não seja tanta e para que não me embruteça.

27 outubro 2003

:: parachutes.tv episódio 3



1979. vanilla sky. petróleo do futuro. snoopy. radiohead. etc...



p.s. precisa do real player...

26 outubro 2003

:: parachutes radio station

agradeço a todos que ouviram a primeira edição do pgm. foi bem legal bancar o radialista e dj... vou pensar em quadrinhos para deixar o pgm mais interessante. vai a playlist do pgm:

+ musica de fundo : trilha da amelie polain

+ sugarcubes_ regina
+ radiohead_ anyone can play guitar
+ weezer_ smile
+ zwan_ lyric
+ new order_ 60 mph
+ beatles_ getting better
+ squirrel nuts zippers _ blue angel
+ sixpence_breath your name
+ blues brothers _ anybody needs somebody
+ erikah badu _ plenty
+ the flaming lips _ fight test
+ elliot smith _ hapiness
+ jamiroquai _ virtual insanity
+ john spencer blues explosion _ she said
+ joni mitchell _ big yellow taxi
+ luscious jackson _ citysong
+ monokini _ complexo de phil spector
+ coldplay _ green eyes
+ norah jones _ feelin in the same way
+ edu lobo e chico buarque _ valsa brasileira
+ travis _ why does it always rain on me
+ os paralamas do sucesso _ será q vai chover?
+ nirvana _ molly?s lips
+ grandaddy _ revolution
+ ponte _ casino

semana que vem tem mais.

:: by cherry

25 outubro 2003

:: ponte _ casino

Faz uma semana e meia que a estrada abriu
A ponte feita às pressas
E a janela canta
O carro sujo, esperto, o conserto, o rádio, a roda, o vento, faz uma
Semana e meia que marcamos compromisso
Eu faço qualquer coisa só pra ver de novo
O tom de pele, o rosto, o riso, a brincadeira
E os discos

Faz um tempo que
Eu já penso mesmo em me mudar
Largar o meu trabalho, ser contra-produtiva,
Pra ver televisão, pra ler uns livros,
Dormir demais, rever os amigos.

Faz um frio à noite lá na estrada aberta
À frente as férias auto-impostas
automóveis, vento
Faz tempo, faz tempo.
Há quanto tempo,
Há quanto tempo.
:: parachutes radio station



a primeira edição do programa. um piloto. um monte de música que curto. conversa. etc... ouçam!

domingo, 26 de outubro às 20h (horário de brasília)


24 outubro 2003

:: amor

amor, quis te ver aqui. mas vc faltou. me disse que não podia e eu disse que não precisava. inventei pirulitos e elevadores e desculpas.vc, motivos, argumentos, horas extras, cidades longes. e esses postais que nunca envio, esses postais que nunca me manda. fala pouco, mando pouco notícias. sabemos cada vez menos. ficamos cada vez mais curiosos. deixei que me levassem para um parque, fizeram-na dançar a noite inteira. quis te ver por aqui, amor. mas faltou.
:: sombody that i used to know _ elliot smith

I had tender feelings that you made hard
But its your heart not mine thats scarred
So when I go home ill be happy to go
You're just somebody that I used to know

You don't need my help anymore
Its all now to you, there ain't no before
Now that youre big enough to run your own show
You're just somebody that I used to know

I watched you deal in a dying day
And throw a living past away
So you can be sure that you're in control
You're just somebody that I used to know

I know you don't think you did me wrong
And I cant stay this mad for long
Keepin' ahold of what you just let go
You're just somebody that I used to know
:: ois

tudo bem? como vai o seu joelho? os remédios vão ficando cada vez mais caros. já tentou muitas terapias holísticas, já rezou a biblia, já fez promessa para os santos e as constelações e pro deus sol. de tempos, as façanhas resultam inúteis. o próximo homem será melhor. a próxima prova, mais difícil. existem aqueles caminhos que hesita em pegar porque são bem mais fáceis, facilmente suspeitos. dias atrás, recebeu uma ligação que não pode atender com a atenção devida e hoje esepra que ligue de novo. ligaria se tivesse menos dúvidas, se não tivesse essa sensação de que as ligações podem não fazer nenhuma diferença. não vai ligar.

o rio de janeiro deve ser quente deveras. copacabana parece um bairro claro. lá eles servem pizza em pedacinhos como petiscos. não encontrei o pó para o chá e nada que possa restabelecer nossa fé. os desenhos animados estão cada vez mais sem noção. outro dia vi o homer simpson comer uma carne pelo nariz por ter a mandibula presa por causa de um acidente. as festas estão cheias. estão divertidas como deve ser. acidentalmente cheias de boas intenções nessas últimas. ainda procura por alguém?

23 outubro 2003

:: ponte

descobri só agora uma banda que há muito já havia ouvido falar. chama-se casino com um "s". é lá do rio, terra da luisa mandou um beijo. é bem mais mpb e tem essa música linda chamada "ponte". não paro de ouvir. quem canta é uma menina muito bacana. chama-se cecília giannetti.

22 outubro 2003

:: conversas regadas a vodka

-- eu sou designer de jóias.
-- eu sou designer de balas.
:: dica

achei esse blog através do blog da cereja:



muito bom !

21 outubro 2003

:: acerca de "piruetas" com chico buarque e os trapalhões

Mari BZ (12:29 AM) :
"E A BARRIGUIS RONCA MAIS DO QUE UM LEÃOZIS" é pra fazer mto marmanjo chorar, diz aí...
Mari BZ (12:30 AM) :
MUSSUM RULES!!!
:: drummond

dois poemas do drummond que me deixaram em pânico no ônibus, como se tudo que vivi fosse tão pouco e ao mesmo tempo tão muito. (os italicos são meus)

Elegia 1938

Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.

Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.

Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.

Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.

Caminhas entre mortos e com eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.

Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota
e adiar para outro século, a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.

Mãos Dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

20 outubro 2003

:: from cereja

19 outubro 2003

:: leilla yamazaki

faz muito tempo que perdi a convivência com a leilla. na maioria do tempo não me encano com isso, mas quando penso, tenho acesso de risos.

é uma pessoa maravilhosa, com uma ternura diferenciada. tem esse olhar malicioso, uma malicia cheia de carinho particular. imaginem: uma piscadela e uma voz sussurrada. ah, divertia-me deveras e adorava sua companhia.

mas por essas coisas da vida, ela acabou trilhando um outro caminho. foi pra longe, tempo e espaço. hoje sinto saudades, não é falta. é uma melancolia fudigia, dessas que temos quando tiramos fotos. essa vontade de que as coisas não passem com tanta velocidade, com tantos trancos e barrancos.

feliz aniversário, menina. é tempo ainda.
:: some peace

ficar dormindo pode ser a melhor representação de uma vida horizontal, mas é tão bom... algumas vezes é preciso desses momento de paz. a vida é muita agitada. há as máfias de todas as espécies e jogos dramáticos de truco. é bom sentir apoio. as costas agradecem. os olhos também. a cabeça pede um silêncio para a boca. que há tanta paixão no coração não tem como negar. as pessoas tem reservas dessas fés subjulgadas.

e há as dores que ficam menores em colchões de água.

16 outubro 2003

:: rima

ando meio tristonho, sim. ando olhando mais para o chão do que para o céu. tropeço menos, esqueço mais. não sou fã do conformismo e mesmo que tanta melancolia pareça fundamental, fundomento-me numa alegria tímida. tenho esperança de que volte a ter tantos sonhos quanto antes; de que minha cabeça surpreenda o coração com suas fórmulas e invenções amorosas e de que me sinta menos cansado. que reveja os velhos amigos e que volte a ter o hábito da leitura.

mas mesmo assim, se quiser me falar sobre suas coisas, tentarei ouvir com a atenção devida. se eu não disser nada surpreendente, não pense que não quis. a vida vai se esvaindo e não sei o que toma o lugar. ando tristonho porque rima com sonho.
:: recado em papel de pão para a cereja

entre esfihas de queijo e adesivos de ursinho pooh, penso no encontro que não tivémos. um professor disse que falta nos jovens uma certa malícia com as palavras e seus sons e eu imaginando um olá e tudo bem e o resto cacofônico feito psicodrama de j.f.farewelson.

gosto da idéia de que o mundo esteja errado para podermos acertar. mas também nem tão errado assim porque dá uma preguiça que nem te falo. eu passei por flores colombianas antes de chegar aqui. um parênteses.

na minha rua, a iluminação melhorou. agora fica à vista os beijos dos namorados e as trepadas dos gatos. uma ou outra vez vejo crianças fugitivas. na minha rua muitas crianças fogem de casa. algumas por opressão paterna, a maioria pelo prazer de fugir. deve ser a rua com a maior porcentagem de crianças fugitivas do mundo. algumas voltam por preguiça.

passei pela academia de dança de salão e me veio de novo essa vontade de dançar gafieira. pedi um conselho para meu amigo mais preguiçõso e se até ele não conseguiu argumentar contra, que se há de fazer?

mas eu lhe falava do encontro que não tivémos. ainda.
:: 4 valsas para mariana zanotto

valsa n.1

te levo pelo pulso, a dança.
me embarco em ti, balsa.
perco-me a imensidão, o chão.

planto a semente, a dura.
resguardo a primavera, emula.
teço o sonho, componho.

enti me navegue, o levante.
a flor refeita, mutante.
dança esquecida, a vida.

14 outubro 2003

:: flocos

quanta solidão deve haver em sorvete de flocos. uma imensidão saborosa entre eles. não é como o céu que existe só vacuo entre as estrelas. entre os flocos do sorvete há o creme e essa esperança que derretendo possamos nos encontrar.

13 outubro 2003

:: a casa invisível

é uma casa assim: feita de coisas de noite. feita de coisas de dia. feita de bolinhos de chuva. grama que é comida. comida de enfeitar. quadros de apagar. e vasos sanitários coloridos, azulejos de tubos de elétrons. me fala. quer morar aqui? temos visitas. as visitas já foram. mas deixaram bancos, vilarejos, gravidez e folhas secas sonoras. nona sinfonia? sopa.

:: me ocorreu

amanda tinha cabelos mto finos e foi a primeira da turam a usar uma caneta. enquanto todos nós usávamos o láois para corrigir nossos erros certos, ela fazia os exercícios a caneta porque não tinha força para marcar com grafite. todos a achavam metida por isso e ela fazia uso disso para se proteger.

meu primeiro embate com amanda foi na aula de educação física. todos os meninos combinaram de chamá-la ao mesmo tempo de metida. quando ela se virou, restava só eu que não dei conta de me esconder.

o meu segundo embate foi no banco de espera da sala da diretora. um confronto silencioso que terminou no sermão da minha mãe. ela riu por dentro.

o terceiro encontro foi perto do bebedouro. havia esmurrado um moleque e abri o meu pulso. doía deveras. amanda tirou um lenço do bolso -- era a única que tinha um lenço e única a ter bolsos --, molhou e colocou em volta do meu pulso. a dor aliviou um pouco e agradeci.

desde então conversávamos diariamente. defendi-a quase sempre. contou-me que os cabelos finos era por causa de remédios ruins que tomava mas a fraqueza da mão era própria. gostava de flan e sucrilhos e quando crescesse seria aeromoça. até então nunca pensei que eu gostaria de ser.

a terceira série chegou e suas faltas começaram a ser mais frequentes. o lugar vago foi ocupado por outra menina.

era apaixonado e não sabia. o tempo foi passando. não soube mais.

lembrei amanda, me ocorreu. escrevo isso e percebo que é a primeira vez que escrevo seu nome a caneta.

12 outubro 2003

:: existenciais

por que quando a cenoura vai para água quente fica mole e o ovo fica duro?
:: verdades da vida

eu conversava com a renata sobre as coisas de sua vida. de como os contornos que fazemos muitas vezes nos revelam surpresas.

assim como muita gente que conheço, a renata tem pais separados. e que não se dão. tenho uma curiosidade imensa de conhecer sua mãe pelo que ela conta. fico imaginando o episódio do casamento. o momento que se conheceram até o que resolveram se casar. ela era técnica em raio-x e ele se formava em medicina. alguma coisa aconteceu naquele hospital (seja conveniência, seja amor) que os fizeram estar juntos. querendo ou não, a renata veio dessa história. e provavelmente, esta história ainda será contada para outros: familia, amigos, literatura.

o que estou fazendo aqui é contar um pouco. provavelmente, ela tem mais propriedade para fazer isso. eu só quero falar um pouco sobre o meu fascinio pelas pessoas e suas histórias. a renata, em especial, vai contar de alguém que conta as coisas como foram, como gostaria que fosse, como deveria ter sido. ou simplesmente, como ficaria mais bonito.

10 outubro 2003

:: gliter

eu conheço o amor e seu fel. já amei muito para saber o que é feldade. antes: sei ser fel agora que não amo mais. normalmente é um gosto desigual e se for desesperado parece mastigar gliter. se sobreviver a tosse, é um forte. é um alguém com poucas mágoas.

fiquei com ligia uma noite. foi ela quem me mostrou a diferença de gliter e purpurina e foi eu quem lhe mostrou o gosto do fel.

beijavamos. ela pensando em como iria embora da festa tão tarde da noite. eu lembrando da boca de um outro alguém. ligia então me disse para dentro de minha boca:

-- quem é você?

parei de beijá-la. fitei-a e ela não demonstrou constrangimento ou medo. olhou para os lado procurando pelas amigas, mudou o rosto para o sorriso que encontrei no começo da festa quando nos conhcêssemos. mas beijou-me novamente:

-- sei quem é. te amo muito e nem faz questão.

empurrei-a. ela me encarou como se há muito me conhecesse. saí apressado da festa. nunca mais a vi... até hoje.

trabalhamos na produção de um evento. reconheceu-me.

ela:

-- você deixou um gosto estranho na minha boca.

-- não era gliter, respondi.
:: cracks in pavement

olha, minhas nuvens dissipadas, esvoacem.
quero a rua erma, as lâmpadas desligadas.
a escuridão dos meus olhos distantes
esquecendo, terminal, quase feliz, menina longe.
o asfalto quebrando, flores em resistência,
fico pensando em você em rabos de cavalo
e caixas de presentes desiguais.
quebranto... quebranto... eu vou cair.

estou apaixonado e existem essas rachaduras.
vou colocando massa e escondendo.
sou um chato: estou apaixonado e não admito.
falta pouco para ser deixado do lado de fora,
como lixo reciclável, meu amor.

nuvens... voltem. vapor e contenção.
pressão que conserta... o que não há.
crack... crack... rachasemeadura.

08 outubro 2003

:: da amizade

há em algumas amizades algo que é difícil contra argumentar. existem pessoas que a gente simpatiza, outras que a gente gosta. mas na amizade há um compromisso voluntário feito através de ações que não nos damos conta. de repente, há essa presença quase cheiro ou vibração. e lá está a cesta, o email, a carta, um presente, um telefonema. a manutenção da convivência vai nos tornando álibis de uma confraria de dois. a gente sempre torce para ter esses abusos -- pois que tamanha devoção desorgulhosa só pode ser. mas quando vêmos, já somos criminosos.
:: parachutes.tv link

olha lá...

07 outubro 2003

:: parachutes.tv

episódio 2. liza. nuvoleta. menino. idioteque. drive. mais? quinzenalmente...

episódio 02


episódio 01


espero crítcas e sugestões.

p.s. é preciso ter o real player.

06 outubro 2003

:: mariana zanotto

mariana zanotto é uma daquelas meninas singulares. é sortudo encontrar alguém assim e tão cedo. uma pessoa desalinhada com as suas coisas, mas ao mesmo tempo tão harmoniosa. aprendi muitas coisas, mesmo ela não tendo intenção de me ensinar. com ela, aprendi a contestar as minhas próprias convicções. aprendi também a achar graça das coisas que você não entende. e ter menos medo das coisas que poderiam te oprimir. aprendi a gostar de chico buarque.

e tive o privilégio de ouvir muito das suas coisas. um pouco dos seus segredos. e mto das suas invenções. óculos, cabelos encaracolados. de quando, um macacão. bolsa surrada. assinei? é uma nuvoleta.

querida, muitas felicidades. se se encontrar na vida for perder o seu jeito deslocado, perca-se. ainda mais. compre bilhetes com destino a qualquer lugar. jogue fora mapas e astrolábios. confuda o sol com a lua.

te amo mto.

márcio yonamine